Professor Nelson Pretto aponta fatores que determinaram a vitória de Jerônimo e a derrota de Neto na Bahia

Em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no programa Nova Manhã Salvador, o professor Nelson Pretto falou sobre a eleição de Jerônimo Rodrigues (PT) para governar a Bahia nos próximos quatro anos, a partir do início de 2023.

Professor Titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia e doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo, o cientista falou sobre os fatores que acredita terem sido determinantes para a vitória do candidato petista e a derrota de ACM Neto (União Brasil).

Para Nelson Pretto, Jerônimo abraçou o projeto de enfrentar o presidente Bolsonaro (PL). Para ele, esse movimento foi marcante e se refletiu na Bahia. Outro fator destacado por ele é a força do Partido dos Trabalhadores e da esquerda no estado. “Espero que com Jerônimo isso continue, no sentido de compreender que temos que ir para além de apenas construir viadutos e obras”, afirmou.

O professor destacou que, apesar de ter apoiado o governo Rui Costa (PT), isso não quer dizer que ele está completamente satisfeito com tudo que foi feito ao longo dos últimos oito anos.

“Tenho profundas críticas, ao mesmo tempo que reconheço que avançou em muitas coisas. Por exemplo, uma das coisas que não apoio e espero que Jerônimo não dê continuidade, a proposta de escolas cívico-militares. Isso é um equívoco! Não é essa a proposta da educação. Um segundo aspecto que sou crítico do governo passado e espero que se transforme fortemente é o alinhamento com os pilares da educação. Essas questões me fazer tecer críticas ao governo passado, mas não deixar de apoiá-lo. Eu acho que é esse que é o ponto central da cidadania política. Eu não preciso ser comprometido ao ponto de não enxergar os problemas”, pontuou.

Quanto aos fatores que foram determinantes para a derrota de ACM Neto, Nelson Preto destacou dois. “O primeiro erro foi essa questão da raça. Na Bahia, você colocar isso como uma questão central é um erro grave. E o segundo, que eu acho que não é exatamente um erro, é imaginar que a Bahia, sendo enorme e plural, vai ser abraçada apenas ao fazer políticas para a capital. Imaginar que isso vai significar que eu tenha penetração e que eu compreendo a realidade do estado é um equívoco total”, detalhou o professor.

Confira a entrevista na íntegra: