Presidenciável que mais cresceu entre os turnos conquistou 768 mil votos por dia

Em 2014, Aécio Neves conquistou 16,1 milhões de votos em 21 dias


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Bruno Brito 09/10/2022 10:33 Política

As eleições de 2014 registraram o maior crescimento de um presidenciável entre o primeiro e o segundo turno. Nas três semanas que separaram os dois turnos daquele pleito, Aécio Neves (PSDB) acabou derrotado por Dilma Rousseff (PT), mas conquistou 768 mil votos por dia entre os turnos.

Naquele ano, mesmo com o aumento do candidato do PSDB, a petista venceu e manteve a tendência de que o presidenciável que vai ao segundo turno com mais votos se elege presidente.

No primeiro turno daquela eleição, o tucano recebeu 34,8 milhões de votos; no segundo, 51 milhões. Dilma foi de 43 milhões para 54 milhões e viu uma vantagem de quase 9 milhões de votos recuar para 3,5 milhões.

Atualmente, Jair Bolsonaro (PL) é o primeiro presidente que se candidata à reeleição e termina o primeiro turno atrás de um adversário. Agora ele precisa de um feito inédito para permanecer no cargo: ultrapassar quem ficou à frente. O mandatário recebeu 51 milhões de votos, contra 57,2 milhões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro tem a seu favor neste ano a menor distância já registrada entre primeiro e segundo colocados no primeiro turno e um intervalo de 28 dias entre as votações.

Para calcular quantos votos cada candidato ganhou por dia entre os turnos nas eleições anteriores, a CNN dividiu a diferença de votação pelos dias que separaram as disputas, da primeira data após o primeiro turno até o dia da votação do segundo. Foram desconsideradas as casas decimais após a vírgula.

Corrida contra o tempo

Em apenas uma das seis eleições que chegaram ao segundo turno, o segundo colocado não ganhou mais votos do que o líder da corrida no intervalo entre as votações: em 2006, Geraldo Alckmin (então no PSDB) perdeu mais de dois milhões de votos. Lula ganhou em média 415 mil eleitores por dia no período e foi reeleito.

Nas outras cinco vezes, embora derrotados nos dois turnos, os que ficaram em segundo lugar conquistaram em média mais votos por dia na última fase da campanha do que seus adversários.

Em 1989, foram 32 dias de intervalo entre primeiro e segundo turnos, o maior período até aqui. Na ocasião, Fernando Collor (no então PRN, atual Agir), obteve 32,4% dos votos, contra 16,6% de Lula na primeira votação. No segundo turno, o petista ganhou 19 milhões de votos, feito que não foi repetido desde então.

Em média, ele cresceu 607 mil votos por dia no intervalo, contra 389 mil do oponente. A vantagem de largada, porém, garantiu a eleição de Collor.

Em 2002, Lula e José Serra (PSDB) tiveram o embate mais acirrado em termos de votos ganhos por dia. Apesar dos apoios dos outros presidenciáveis – Anthony Garotinho (então no PSB) e Ciro Gomes (então no PPS) – ao petista, ele ganhou menos adesões do que o tucano: 635 mil por dia contra 650 mil. Mais uma vez, a vantagem adquirida no primeiro turno assegurou a vitória.

Na disputa de 2010, Serra obteve 377 mil votos por dia. A eleita Dilma Rousseff (PT) conquistou 289 mil.
Quatro anos mais tarde, a disputa presidencial mais parelha até aqui deu o maior crescimento diário a Aécio Neves. Foram 21 dias entre os dois turnos. No período, o tucano assegurou 768 mil votos por dia – na ocasião, recebeu o apoio da terceira mais votada, Marina Silva (então no PSB).

Com isso, reduziu a desvantagem em relação à petista – que cresceu 534 mil por dia – para pouco mais de três milhões de eleitores e teve 48% dos votos.

Nas últimas eleições, Fernando Haddad (PT) também precisou correr “contra o tempo” para reduzir a desvantagem em relação a Bolsonaro, então no PSL. O ex-ministro da Educação conquistou 747 mil votos diários, ante 405 mil do adversário, mas ainda ficou mais de 13 milhões de votos atrás do concorrente.

Caso repita o desempenho de Aécio Neves em 2014, tendo sete dias a mais de campanha, o atual chefe do Executivo ganhará mais de 21 milhões de votos.

Veja abaixo os números de cada eleição com segundo turno:

1989 – 32 dias entre os dois turnos

1º turno
Fernando Collor – 22.611.011 votos – 32,47%
Lula – 11.622.673 – 16,69%

2º turno
Fernando Collor – 35.089.998 – 53,03% – Cresceu 12.478.987 votos, com média de 389 mil por dia, uma alta de 55%
Lula – 31.076.364 – 46,97% – cresceu 19.453.691 votos, com média de 607 mil por dia, uma alta de 167%

2002 – 21 dias entre os dois turnos

1º turno
Lula – 39.455.233 – 46,44%
Serra – 19.705.445 – 23,20%

2º turno
Lula – 52.793.364 – 61,27% – Cresceu 13.338.131 votos, com média de 635 mil por dia, uma alta de 33%
Serra – 33.370.739 – 38,73% – Cresceu 13.665.294 votos, com média de 650 mil por dia, uma alta de 69%

2006 – 28 dias entre os dois turnos

1º turno
Lula – 46.662.365 – 48,61%
Alckmin – 39.968.369 – 41,64%

2º turno
Lula – 58.295.042 – 60,83% – Cresceu 11.632.677 votos, com média de 415 mil por dia, uma alta de 24%
Alckmin – 37.543.178 – 39,17% – Perdeu 2.425.191 votos, com média de 86 mil por dia, uma redução de 6%

2010 – 28 dias entre os dois turnos

1º turno
Dilma – 47.651.434 – 46,91%
Serra – 33.132.283 – 32,61%

2º turno
Dilma – 55.752.529 – 56,05% – Cresceu 8.101.095 votos, com média de 289 mil por dia, uma alta de 17%
Serra – 43.711.388 – 43,95% – Cresceu 10.579.105 votos, com média de 377 mil por dia, uma alta de 31%

2014 – 21 dias entre os dois turnos

1º turno
Dilma – 43.267.668 – 41,59%
Aécio – 34.897.211 – 33,55%

2º turno
Dilma – 54.501.108 – 51,64% – Cresceu 11.233.440 votos, com média de 534 mil por dia, uma alta de 25%
Aécio – 51.041.155 – 48,36% – Cresceu 16.143.944 votos, com média de 768 mil por dia, uma alta de 46%

2018 – 21 dias entre os dois turnos

1º turno
Bolsonaro – 49.277.010 – 46,03%
Haddad – 31.342.051 – 29,28%

2º turno
Bolsonaro – 57.797.847 – 55,13% – Cresceu 8.520.837 votos, com média de 405 mil por dia, uma alta de 17%
Haddad – 47.040.906 – 44,87% – Cresceu 15.698.855 votos, com média de 747 mil por dia, uma alta de 50%

2022 – 28 dias entre os dois turnos

1º turno
Lula – 57.259.504 – 48,43%
Bolsonaro – 51.072.345 – 43,2%

*Com informações da CNN Brasil

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