“Prender Lula foi absurdo, mas não quero PT de volta”, diz Eduardo Cunha

Em entrevista à CNN Brasil, ex-presidente da Câmara analisou o governo Bolsonaro, a pandemia e as perspectivas para 2022


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Ana Paula Ramos 16/05/2021 22:00 Política

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, concedeu à CNN sua primeira entrevista à televisão brasileira desde que foi preso, em 2016. Ele criticou a forma como se deu sua prisão e a do ex-presidente Lula, mas rejeita apoiar o PT.

“Já vivi o PT. Não quero o PT de volta. Eu concordo que a prisão do Lula foi um absurdo, assim como a minha também o foi”, afirmou.

Cunha criticou ainda o andamento da CPI da Pandemia por considerá-la um “palanque” e analisou o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a relação do Planalto com o Congresso. Falou também sobre a Operação Lava Jato e os quatro anos e meio em que esteve na prisão. Confira a seguir os principais trechos da entrevista com Eduardo Cunha.  

 

Eleições presidenciais de 2022

“Voto em Bolsonaro. Já vivi o PT. Não quero o PT de volta. Eu concordo que a prisão do Lula foi um absurdo, assim como a minha também o foi. Ele é vítima mesmo. Meu discurso não é contraditório. Ele está num momento de graça porque está como vítima. (…) O Bolsonaro só ganha a eleição se enfrentar o Lula e o Lula só ganha a eleição se enfrentar o Bolsonaro. Se Bolsonaro enfrentar qualquer outro vai perder, se Lula enfrentar qualquer outro vai perder. Tem anti PT e anti-Bolsonaro. Por isso que os dois vão para os segundo turno. Nesse momento, o antibolsonarismo está maior. Lula está acima do PT. Se Lula, por exemplo, saísse do PT e fosse para o centro ele ganhava essa eleição, sem sombra de dúvida. O que atrapalha Lula é o PT. O problema maior do Lula é o PT. Ele é maior que o antipetismo”.

 

CPI da Covid

“Foi um erro de articulação do governo. Isso realmente é uma falta de articulação. E agora tem que correr atrás de prejuízo. A CPI virou palanque para poder fazer uma Presidência (da República) antecipada. (…) Não vejo como a CPI vai virar o processo eleitoral como acham que possa virar. Só vejo palanque. Renan Calheiros é ativista político de palanque. Tentando dar uma melhorada na sua biografia perante a opinião pública”.

 

Eleição de Bolsonaro

“Não diria que a Lava Jato elegeu Bolsonaro. Diria o seguinte: o PT passou por impeachment. Nós tivemos a polarização na política que existe desde a 1° eleição depois da ditadura. (…) O PT ocupa um lado. Ocupou em 1989 na 1° eleição contra Collor depois de ter tirado o Brizola. E a partir daí foi o PT contra outros. O que acontece: Bolsonaro tomou o lugar do anti-PT que estava com o PSDB. Qualquer um que enfrentasse o PT iria ganhar a eleição. Qual foi o mérito do Bolsonaro? Ele tomou o lugar do PSDB e virou o anti-PT”.

 

Governo Bolsonaro

“Eu diria que um governo que começou com uma reforma da Previdência, mas, a partir daí, foi um pouco prejudicado pela pandemia. E também tem o 2.º ponto: Bolsonaro se elegeu e não conseguia naquele momento ter uma base. Os militares são funcionários do Estado. O Bolsonaro é militar. É natural. Não vejo militares como grupo. Vejo Bolsonaro como militar. Eu vejo como apêndice dele, como derivação dele. Não vejo como grupo. Não tem uma força militar governando, tanto que os próprios líderes militares da ativa fazem questão de não se mostrar políticos. É o que temos visto. Os que são mais politizados são aqueles que estão na reserva e exercendo um cargo técnico e de assessoramento. (…) Bolsonaro prega e tem uma ideologia. Essa parte ideológica o apoia. Essa parte não é maioria no país. Ele, para poder governar e se reeleger, ele precisa dessa parte que o apoia, mas precisa também daqueles que não comungam de sua ideologia”.

 

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