Prefeito de Goiás confirma ‘esquema’ de proprina no MEC

O prefeito Kelton Pinheiro (Cidadania), de Bonfinópolis (GO), também afirmou nesta terça-feira (5) que os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos cobraram propina de R$ 15 mil para viabilizar a construção de uma escola com 12 salas, no município. A obra era orçada em R$ 7 milhões.

Kelton também participou da audiência na Comissão de Educação do Senado Federal que foi convocada após as denúncias de um suposto esquema de favorecimento no Ministério da Educação (MEC), envolvendo os religiosos e o presidente Jair Bolsonaro.

Mais cedo o prefeito Gilberto Braga, de Luís Domingues (MA), falou na audiência que o pastor Arilton Moura cobrou pagamento de propinas no valor de R$ 15 mil e 1k em barra de ouro para conseguir recursos para o município MEC. 

Os pedidos de suborno teriam ocorrido em um almoço ocorrido em 7 de abril do ano passado, quando o, então, secretário da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos, Arailto Moura, convidou mais de 20 prefeitos para um almoço, após um evento, em Brasília. 

Pinheiro narrou que os aliados do pastor Gilmar Santos tinham “desconto no valor da propina cobrada para destravar as demandas municipais”. Na ocasião, conforme a narrativa do prefeito ao colegiado, a obra deveria custar cerca de R$ 7 milhões e Arilton pediu R$ 15 mil para libera o recurso naquele mesmo dia.

“O pastor Arilton chegou na minha mesa e me abordou de uma forma muito abrupta e direta: ‘Olha prefeito, vi que no seu ofício o senhor pede a escola de 12 salas. Essa escola deve custar uns R$ 7 milhões. Mas é o seguinte, eu preciso de R$ 15 mil na minha mão hoje, você faz a transferência para a minha conta. Para depois não cola comigo, porque vocês políticos. São um bando de malandros, que não tem palavra’. Aquilo me deu ânsia de vômito”, relatou o prefeito Kelton Pinheiro aos parlamentares.

Nas oitivas, conforme os relatos, o caso não foi diferente para o prefeito de Boa Esperança do Sul (SP), José Manoel de Souza (PP). De acordo com a pronúncia, a propina pedida a ele era em torno dos R$ 40 mil. A cobrança teria ocorrido em 18 de março do ano passado.

*Com informações do Metrópoles