Pré-candidatos, oficiais da PM evitam críticas ao governo após morte de três policiais

A menos de seis meses da eleição deste ano, policiais conhecidos por parte da população são pré-candidatos e vão disputar uma vaga na Câmara dos Deputados ou Assembleia Legislativa. As propostas deles, no entanto, ainda não foram explicitadas. Mas uma coisa, por ora, é certa: não existe discurso que ponha em xeque a política de segurança pública do governo de Rui Costa (PT).

A exceção é o coronel Humberto Sturaro, que se posicionou de forma forte cobrando uma ação de estado ante as mortes de três policiais militares em menos de 24 horas.

Candidata a prefeita de Salvador em 2020, a major Denice e o ex-comandante da Polícia Militar, coronel Anselmo, apenas lamentaram as mortes e prestaram solidariedade à corporação.

“Minha solidariedade a esta família e, mais ainda, à minha família PMBA. Não é facil perder um dos nossos, acreditem. Uma parte de nós segue junto. Mas é isto que somos: guardiões e guardiãs da paz da sociedade, mesmo com o risco da própria vida”, escreveu Denice em suas redes sociais.

Pré-candidata a deputada federal pelo PT, Denice lembrou que ingressou na corporação no início da década de 1990 e jurou “proteger a sociedade mesmo com o risco da própria vida”.

Na mesma linha seguiu o coronel Anselmo. “Meus sentimentos a toda a tropa, bem como amigos e familiares”, limitou-se a escrever o ex-comandante da PM e pré-candidato a deputado federal pelo Avante.

Para além do lamento, o coronel da reserva Humberto Sturaro questionou a gestão na segurança pública.

“Faz parte da profissão? Faz parte. Dói muito. Eram dois jovens e estavam operando na madrugada para muitos, como eu, almoçarem com a mãe. Mas, pra gente que pensa que somos resto, massa de manobra, faz parte [a morte em servico]. Ninguém está aqui para apontar o dedo no sistema, não. Principalmente eu que fiz parte do sistema e sei o sacrifício que o comandante faz para poder dar resultado. Eu sei o que é esse sacrifício, mas falta um gestor. Um gestor, pelo amor de Deus. O comando é subordinado a uma gestão e essa não funciona. Até quando vai esperar mais?”, disse em tom emocionado.