Políticos reagem à recondução de Augusto Aras à PGR: “Prêmio de consolação”

A recondução de Augusto Aras ao cargo do procurador-geral da República, decidida nesta terça-feira (20) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), gerou diversas reações – em geral, negativas – de políticos e integrantes do Ministério Público Federal (MPF).

Enquanto deputados classificam Aras de “engavetador geral da República” e criticam suas decisões em relação ao combate à corrupção, os procuradores defendem a lista tríplice, que aponta os integrantes do MP mais votados por seus pares e não foi respeitada por Bolsonaro. Augusto Aras ainda precisa ser aprovado em sabatina no Senado para que a recondução seja oficializada.

Para a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), Aras é o responsável pelo “desmonte do combate à corrupção”. “Mas, JB [Jair Bolsonaro] que não se iluda. Aras já “pagou” a conta. Talvez resolva atuar como um PGR de fato”, completou.

O colega de Hasselmann na Câmara, Kim Kataguiri (DEM-SP), também criticou a decisão do presidente e chamou atenção para o combate à corrupção. Ele, porém, classificou o PGR de “petista”.

“Bolsonaro reconduziu o petista Augusto Aras […] Antes que digam que é implicância só porque ele dava festas para o Zé Dirceu, me respondam vocês: quantos políticos corruptos foram presos na “Gestão Aras”?”, questionou no Twitter.

A decisão de reconduzir Aras também foi alvo de críticas de parlamentares petistas. Henrique Fontana (PT-RS) disse que nenhum pedido de apuração dos crimes de Bolsonaro caminha sob a atual gestão do chefe do MPF. Natália Bonavides (PT-RN) defendeu que o Senado engavete a indicação.

Chico Alencar, vereador pelo PSOL no Rio de Janeiro, chamou Aras de “cego-geral da República” e defendeu que a recondução é um “prêmio de consolação” para o procurador, que desejava ser indicado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). “A fidelidade de Augusto Aras será recompensada por Bolsonaro”, afirmou Chico.

A recondução de Aras à PGR ignora a lista tríplice tradicionalmente elaborada pelos intgrantes do MPF. Desta vez, ela era formada por Luiza Frischeisen, Nicolao Dino e Mario Bonsaglia.

* Com informações do Portal UOL.