Políticos baianos repudiam xingamentos de secretário a dona de restaurante na Ilha dos Frades

Após vir a público o episódio no qual o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, xingou a empresária e chef, Angeluci Figueiredo – o titular da pasta pediu perdão, posteriomente, pelos “comentários inadequados” – políticos do diversos espectros usaram as redes sociais para se manifestar sobre o ocorrido.

No Twitter, a deputada federal, Lídice da Matta (PSB-BA), disse que “a postura do secretário Fábio Vilas Boas foi machista e inaceitável ao dispensar aquele tipo de tratamento a uma mulher. É algo lamentável, especialmente por se tratar de um agente público”.

Já pelo Instagram, a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB-BA), escreveu: “É fundamental que o secretário Fábio Vilas-Boas repense seus valores autoritários e atitudes (…) Por mais que tivesse irritado com a situação, não justifica a agressão machista, o flagrante desrespeito a uma mulher que, por sinal, trabalhou muito e continua trabalhando para se manter no mercado e gerar emprego e renda para outras pessoas da sua equipe”.

A líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador (CMS), Marta Rodrigues (PT), também opiniou sobre o fato: “Mais do que se desculpar,  é importante que ele  reflita sobre seu ato e assuma que teve uma atitude machista, pois este reconhecimento é fundamental partindo de uma pessoa pública, pois reverbera e colabora para combatermos o machismo na sociedade”, disse a vereadora.

O próprio PT, partido do secretário, também se pronunciou. Através de nota da Secretaria de Mulheres, a sigla veio a público “prestar solidariedade à chef de cozinha, que recentemente foi vítima de agressão verbal, em um ato que demonstra desrespeito, racismo, misoginia e machismo!”

“Fatos como este não podem repercutir apenas com pedidos de desculpas, mas, sobretudo, que sirva de exemplo para que não seja mais reproduzido! No projeto de sociedade que defendemos nunca coube e não cabe nenhum tipo de opressão e violência. Silenciadas nunca mais!”, ressalta o texto.

Manifestação

No âmbito da direita baiana, outras manifestações ocorreram a respeito do ocorrido. Para o presidente do PDT na Bahia, o deputado federal Félix Júnior, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), precisa se manifestar sobre a agressão.

“Minha irrestrita solidariedade à chef, que foi vítima de uma agressão imperdoável por parte de uma autoridade do governo do estado que deveria dar o exemplo de respeito à vida. Isso não pode ficar impune. O governador precisa se manifestar”, escreveu Félix.

Quem também cobrou um posicionamento de Rui foi o líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado estadual, Sandro Régis (DEM).

“Esse tipo de declaração não condiz com o posto que ocupa o médico Fábio Vilas-Boas. As agressões à empresária são graves e exigem um posicionamento do governo do estado. Não podemos admitir, em hipótese alguma, que integrantes do governo baiano tenham esse tipo de comportamento e saiam impunes” , disse.

Ele, inclusive, pediu um pronunciamento da Comissão dos Direitos da Mulher da AL-BA. “A declaração do secretário, além de desrespeitosa, pode ser considerada misógina. É importante que haja um posicionamento das nossas deputadas, uma vez que foi feita uma agressão verbal contra uma mulher, e que foi acompanhada inclusive de acusações graves”, afirmou.

No âmbito soteropolitano, o vereador Téo Senna (PSDB) foi incisivo nas críticas ao secretário. Para o tucano, a máscara do titular da Saúde baiana “caiu”. Além disso, esta não seria a primeira vez que ele demonstraria incapacidade de de ocupar o cargo.

“Ele já se dirigiu de forma inapropriada a artistas brasileiros e depois teve de se retratar. Desta vez, depois de agredir a empresária, ele agora quer se sair de bom moço, postando informações sobre aleitamento materno no twitter. Não cola”, pontuou Senna.