ONG que luta contra o aborto recebeu dinheiro do Pátria Voluntária
Presidido pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, programa deu R$ 14,7 mil para a Associação Virgem de Guadalupe
O programa Pátria Voluntária, presidido pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, repassou R$ 14,7 mil para a ONG Associação Virgem de Guadalupe, que luta contra o aborto, de acordo com o jornal O Globo.
A ONG atuou no caso da menina de 10 anos que foi estuprada no Espírito Santo e foi autorizada para fazer o aborto, realizado em agosto deste ano.
O Programa Pátria Voluntária existe desde 2019 e foi criado para incentivar ações de voluntariado. O dinheiro arrecadado é direcionado à FBB (Fundação Banco do Brasil), responsável por fazer os repasses às entidades beneficiadas.
Mariângela Consoli, presidente da Associação Virgem de Guadalupe, disse ao jornal que não procurou o governo para receber os recursos. Ela não soube explicar como recebeu o dinheiro e só afirmou que a entidade foi criada por alguém que não soube identificar.
Mariângela confirmou ainda que participou de uma reunião, em São Mateus (ES), para debater sobre o caso da menina estuprada. “O posicionamento (da entidade) é contra sim, esse procedimento (o aborto legalizado). Mas não temos nada contra quem faz”, afirmou.
Sobre as doações, Mariângela alegou que os recursos foram utilizados na distribuição de cestas básicas às mães atendidas pela entidade.
O Ministério Público e o Tribuna de Contas da União abriram investigações, no final do mês de setembro, sobre os recursos do Programa Pátria Voluntária. Isso aconteceu porque, de acordo com reportagens do jornal Folha de S.Paulo, ONGs ligadas à ministra Damares Alves teriam recebido recursos do programa.
Ao todo R$ 7,5 milhões, doados pela empresa Marfrig para a compra de testes para Covid-19, teriam sido desviados para o programa.
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