“O segundo turno é uma outra eleição, o jogo tá empatado”, diz Bruno Reis sobre desempenho de ACM Neto

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), fez uma avaliação sobre o primeiro turno das eleições ao governo da Bahia. Em entrevista ao programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM (104,7 FM), comandado pelo editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, o gestor municipal comemorou o desempenho de ACM Neto (União Brasil), que recebeu 3.296.288 (40,88%) dos votos válidos.

Em sua avaliação, o resultado deve ser comemorado, sobretudo, diante da força do PT no Nordeste, além do fato do ex-prefeito de Salvador ter levado à eleição para segundo turno, o que não acontecia desde 1994, contra o grupo político que venceu as quatro últimas eleições em primeiro turno.

“Vi como uma grande vitória, se analisarmos o que aconteceu no Nordeste brasileiro. A gente sabe a força do PT no Nordeste. Se considerarmos que aqui na Bahia, com toda a existência do segundo turno só ocorreu em 1994, que o grupo atual que está no poder há 16 anos, vencendo as quatro últimas eleições no primeiro turno, nós conquistamos uma grande vitória”, explicou.

Segundo turno

Já sobre o segundo turno, Reis explicou que se trata de “outra eleição” e afirmou que o “jogo tá empatado”. Para ele, pesa o fato de que o primeiro turno é repleto de candidatos, enquanto no segundo, há espaço para os eleitores conhecerem melhor os candidatos.

“O segundo turno é uma outra eleição, o jogo tá empate, começamos uma nova partida. A gente considera que, neste segundo turno, as pessoas terão condição de conhecer melhor os candidatos. São apenas quatro candidatos, dois no plano nacional e dois no estadual”, defendeu.

O gestor municipal também indicou que está confiante para a disputa do segundo turno, e disse que, quando a população parar para comparar a história entre os dois candidatos: ACM Neto e Jerônimo Rodrigues, candidato do PT ao governo da Bahia, vai pesar o melhor currículo.

“População terá possibilidade de comparar a história de vida de cada um, os serviços prestados, o desempenho que teve à frente dos cargos públicos que ocupou, vai verificar quem teve maiores realizações, quem teve oportunidade de tocar projetos importantes, vai fazer uma escolha ainda com mais independência e ainda mais livre”, apontou.

Outro ponto que pode pesar, na avaliação de Reis, são os 16 anos de governos petistas à frente da Bahia.

“Tiveram todas as oportunidades, e só vimos ao longo desse período, as coisas se agravarem, como a segurança pública, a educação, o número do desemprego, da saúde pública, com as pessoas morrendo nas filas à espera da regulação. Todo esse cenário, leva os baianos em busca de uma mudança, a apostar em uma mudança com segurança. Temos convicção que, depois de 16 anos, chegou a hora da Bahia seguir um novo caminho. Por isso, estamos confiantes que no dia 30, vamos vencer”, afirmou o prefeito da capital baiana.

Pesquisa

Reis também comentou a diferença entre o cenário visto nas pesquisas de intenção de voto, diante do que foi observado com a abertura das urnas, no último dia 2 de outubro. “As pesquisas erraram no Brasil como um todo, no Piauí, por exemplo, nosso candidato ganharia no primeiro turno, com 54%, mas perdeu a eleição. No Ceará, o segundo turno era certo, tinham três candidatos fortes, mas o do PT venceu no primeiro turno. No Maranhão, da mesma forma. Em São Paulo, Tarcísio estava atrás de Haddad e virou na frente. A própria eleição nacional apresentava uma possível eleição no primeiro turno, que não se confirmou”, avaliou.

Para ele, isso pode ter acontecido em função dos eleitores que decidiram o voto no dia, e deram margem para mudanças. Reis também afirmou que já havia uma expectativa de que Jerônimo crescesse e de um “voto casado”, com deputados, senador, governador e presidente de um mesmo lado.

Os números apontam que 20% dos eleitores decidiram o voto no dia, então tem margem para mudanças. Sabíamos que era natural que o candidato do governo crescesse, a força das candidaturas estaduais e federais levam a um voto casado. É um cenário onde o eleitor leva a colinha e segue ali, toda uma votação. Agora no segundo turno, são três números para decorar: 13, 22 ou 44. É mais fácil de fazer uma escolha livre e independente”, indicou.

Confira a entrevista completa: