‘O Ministério Público sabe o que está acontecendo e está jogando o problema para o meu colo’, rebate ACM Neto sobre frota de ônibus

O prefeito de Salvador, ACM Neto (Democratas), alfinetou o Ministério Público da Bahia (MP-BA) após o órgão pedir à Justiça, na última terça-feira (6), que a gestão municipal coloque nas ruas a totalidade dos ônibus que fazem parte do sistema de transporte urbano. Atualmente, a quantidade é de 80%.

“A grande questão é quem vai pagar essa conta? Eu faço ela já há algum tempo. Se perguntar a qualquer um, eu sou o primeiro a responder que quero 100% da frota rodando na cidade. Mas, no período de pandemia tivemos um descasamento entre número de passageiros transportados e quantidade de ônibus disponíveis. Atualmente, a cidade transporta 56% número de passageiros e 80% da forta disponível. E quem paga a diferença dessa conta é a Prefeitura”, disse Neto nesta quarta-feira (7), durante a inauguração biblioteca no bairro da Curuzu.

Na oportunidade, ele fez um balanço das ações da administração soteropolitana para tentar minorar os problemas causados no sistema de transporte da cidade.

“Fizemos uma compra de bilhetes no valor R$ 5 milhões. Além disso, fizemos intervenção na CSN para que não acontecessem duas coisas: os ônibus parassem e a cidade travar, assegurar manutenção do serviço e não desempregar os rodoviários que trabalham nessa bacia. Estamos tendo um ônus terrível, de trabalho e dinheiro. Além dos custos com peças, óleo, entre outros, recuperamos mais de duas centenas de ônibus e estamos abrindo e gerindo a garagem. A receita da CSN não cobre nem metade das despesas e nós estamos botando dinheiro. Por conta desse dequilíbrio, estamos tendo um custo de R$ 30 milhões a 45 milhões desequilíbrio, fora o que já estamos colocando na CSN. O Ministério Público sabe do que está acontecendo e está jogando o problema para o meu colo. O pedido do MP, atualmente é inexequível”, afirmou o prefeito.

Ainda de acordo com ele, caso o pleito do MP fosse atendido, a tarifa de ônibus teria de ser reajustada na cidade. “Enquanto eu for prefeito isso não vai acontecer. Vamos ponderar o que pode ser feito junto ao Judiciário e com a Procuradoria do Município”, disse.