“O centro democrático precisa ter um nome, ter uma cara”, diz pré-candidata do MDB ao Planalto

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), postulante ao Planalto nas eleições de outubro deste ano, é otimista ao afirmar que candidatura dela “tem condições de chegar no segundo turno”.

Porém, em entrevista ao editor-chefe do Portal M! e colunista do jornal A Tarde, Osvaldo Lyra, a parlamentar afirmou que, para isso, é preciso romper com a polarização entre o ex-presidente Lula (PT) e o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL), pois, do contrário, “nós não teremos paz”.

Ainda segundo ela, é importante que o centro democrático tenha um nome. “[É preciso] ter um nome e sobrenome para representar a frente que vai estar representando diversos partidos. A partir daí, as pessoas vão parar para nos escutar, para ver a nossa proposta, ver o que nós temos de diferente e de melhor do que está sendo apresentado até agora”, afirmou.

Questionada sobre a dificuldade de se ter uma terceira via realmente competitiva, a emedebista pontuou que a situação é imposta pela democracia, algo que ela definiu como arte do diálogo, da construção de consensos.

“Estamos tentando construir essa frente democrática em um primeiro momento com MDB, PSDB, Cidadania, e nada impede, depois iremos conversar com outras frentes, porque aí outros partidos se apresentam”, diz.

Retroalimentação

Entretanto, Tebet voltou a criticar a polarização entre Lula e Bolsonaro ao mencionar a dificuldade de construção de uma terceira via efetivamente competitiva, uma vez que petista e liberal se retroalimentam dessa disputa particular.

“É uma polarização odiosa, ideológica, eleitoreira, eleitoral, que impede o grande debate. Todo mundo fala dos ataques de um com o outro, de outro com um, e ninguém fala do Brasil mais profundo, do Brasil real, do Brasil que não é nem direita nem esquerda. O que o Brasil quer é cidadania, o que o brasileiro quer é ser respeitado nos seus direitos”, analisa.

“São essas questões que ficam à margem de um processo, enquanto é cômodo, é interessante para as duas figuras que despontam hoje no poder, se perpetuam nesse patamar porque interessa a eles essa rivalidade porque impede o crescimento de alguma candidatura”, conclui Simone Tebet.