“Nós não podemos largar do pé dos nossos parlamentares e governantes eleitos”, alerta o professor Nelson Pretto

O ano de 2023 está chegando com muitas mudanças, dentre elas, o cenário político. Com a saída de Jair Bolsonaro (PL) da presidência e a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o seu terceiro mandato, o país e a política passarão por mudanças bruscas. Para falar sobre esse processo, o professor Nelson Pretto falou ao programa Nova Manhã Salvador, em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra. O professor é Titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia e doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo.

“Os últimos quatro anos foram absolutamente terríveis e muito difíceis para o país e para o mundo, pois a presença do Brasil no mundo sempre foi bastante significativa. Nós sofremos muito em diversos campos nesse terrível governo Bolsonaro, que tripudiou com as coisas mais elementares, como o vernáculo, o estímulo à violência, o negacionismo à ciência… os campos em que eu trabalho foram profundamente prejudicados”, iniciou o professor.

Para o cientista, a nação brasileira terá um desafio enorme. “E quando falo de nós não falo de governo. Um grande problema nosso é que a gente se mobiliza muito fortemente no período das eleições, mas deixamos que os políticos façam o que bem entenderem e só vamos pensar sobre isso novamente quando avaliamos ao fim dos quatro anos. Nós não podemos largar do pé dos nossos parlamentares e governantes eleitos”, alertou.

Nelson Pretto também ressaltou o papel da imprensa nesse processo. Segundo ele, mesmo com todos os seus compromissos e opções ideológicas, “pois não existe imprensa neutra”, a imprensa tem o compromisso realizar uma apuração minuciosa antes de divulgar qualquer informação. “Nesse momento, com tanta desinformação circulando, temos a possibilidade de checar, junto com esses meios de comunicação”, disse.

Quanto a área de educação, o professor também acredita que nela é preciso uma alteração na concepção de ensino aos jovens, sobretudo na política.  “Precisamos de uma educação que vá para além do conteúdo específico da física, da matemática, do português e de todas as outras matérias. Isso significa que a educação precisa ser cidadã, fazendo com que cada menino e menina seja um ouvinte ou um leitor desconfiado, que não possa acreditar em tudo que ouve. A escola tem que ser um espaço de provocação e de rebeldia. Por isso que projetos como Escola Sem Partido, essa ideia desse governo que se vai, são inadmissíveis”, frisou o professor.

Confira a entrevista na íntegra: