Neto diz que soube da nomeação de João Roma em ministério por jornalista da GloboNews

“Tem o tititi. Matéria aqui e acolá, no boteco o povo fala, mas na hora “h” quem não perdoa o traidor é quem está olhando de fora e pensa: ‘não é possível que aquele cara fez tanto pelo outro, na hora em que precisa, não pode contar com ajuda’. Eu transfiro para o eleitor baiano, que é totalmente inteligente, para fazer o julgamento e a qualificação”. A afirmação é do pré-candidato ao governo da Bahia, ACM Neto (União Brasil), ao ser questionado qual dos dois rompimentos o magoou mais: o de João Roma (PL) ou o do presidente da Câmara Municipal, Geraldo Júnior (MDB).

Em entrevista à rádio CBN Salvador, nesta terça-feira (21), Neto afirmou não fazer política com rancor e nem olhando pelo retrovisor. “Não fico preso a ódio, rancor e sentimentos de vingança. Acho que Deus saberá fazer o julgamento das coisas e o povo baiano também”, disse, citando conversa que teve anos atrás com o atual vereador do Rio de Janeiro, Cezar Maia.  “Ele me disse o seguinte. ‘O cidadão até pode se divertir com a traição, mas ele odeia o traidor'”.

Neto voltou a falar do rompimento entre ele e João Roma, uma aliado de 20 anos. Disse que moraram juntos e dividiram o apartamento funcional em Brasília quando Neto era deputado federal. Dessa relação, Neto foi padrinho de casamento de Roma e apadrinhou a filha do ex-aliado.

Após passagem por Brasília e com a eleição de Neto a prefeito de Salvador, Roma ocupou sala ao lado do gabinete do então prefeito por cinco anos, como chefe de gabinete, deixando o cargo para disputar vaga na Câmara dos Deputados em 2018.

Com o convite para assumir o Ministério da Cidadania, no ano passado, Roma e Neto rompem. “Quando ele me falou sobre a indicação ao Ministério, eu ponderei com ele que estava acontecendo o turbilhão político com a eleição para presidência da Câmara e Rodrigo Maia me acusando. E eu disse a Roma que ia dizer que a indicação dele teria dedo meu. (.) Ele ficou de pensar, ponderar e me avisar sobre o que havia decidido. Mas soube da nomeação porque o jornalista da GloboNews, Gerson Camarotti, me perguntou sobre o que eu achava da nomeação, e mandou para mim a cópia do Diário Oficial. A partir daí, do ponto de vista político, estávamos separados”, rematou Neto.

Neto também rompeu com o presidente da Câmara de Salvador, Geraldo Júnior, após o emedebista entrar na chapa como vice de Jerônimo Rodrigues (PT).