“Não vamos aceitar provocação”, afirma Moema Gramacho sobre possíveis ações de Bolsonaro na eleição presidencial
Prefeita de Lauro de Freitas falou sobre uma série de incitações à violência feitas por Bolsonaro, indicando os partidos de esquerda como precursores da cólera social
A prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT), que também integra o Diretório Nacional do partido, disse que a legenda já foi orientada a não aceitar as possíveis provocações e instalações de ódio que o atual presidente da República venha a fazer durante a corrida para sua reeleição.
“Não vamos aceitar provocações, temos um legado importante, temos uma proposta para fazer, temos condições concretas. Tudo o que Bolsonaro quer, como diz o povo: ‘é melar essa eleição’. Causar um problema eleitoral porque ele sabe da possível derrota dele”, afirmou a gestora durante entrevista com o editor- chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, em entrevista no programa Nova Manhã da rádio Nova Brasil FM.
A fala de Moema contextualiza o posicionamento de Bolsonaro (PL), sobre o homicídio do guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Aloizio de Arruda. Ele foi morto após ser baleado na própria festa de aniversário pelo policial Penal Federal Jorge da Rocha Guaranho, que teria gritado “Aqui é Bolsonaro!”.
No Twitter, o presidente publicou uma série de incitações à violência indicando os partidos de esquerda como precursores da cólera social. “Que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis, assim como contra caluniadores que agem como urubus para tentar nos prejudicar 24 horas por dia”, escreveu Bolsonaro.
“É o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas com rótulos e pede fogo nelas, que invade fazendas e mata animais, que empurra um senhor num caminhão em movimento”, postou.
“Independente das apurações, republico essa mensagem de 2018: Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos”, publicou o presidente.
Moema mandou um recado para o presidente e pediu para que ele “revisite a história do Brasil”. “Eu me solidarizei ontem, assim como o próprio Lula e todo o partido, com as duas famílias. Nós nos solidarizamos com as duas famílias, uma que perdeu um ente querido e outra que está com outro sobrevivendo. Agora, a gente ouviu do presidente da República incitações e ele ainda fala de uma forma completamente equivocada ou de má fé onde ele tenta colocar a violência no colo da esquerda, quando ele diz que a ‘a esquerda tem um histórico de violência'”, lamentou a prefeita de Lauro de Freitas.
“Eu ia mandar ele revisitar a história. Mandar ele pesquisar quem foi violento na história do Brasil, foi a didatura militar e isso era de esquerda, era de direita. A direita que promoveu a ditadura e a tortura no país com tantas vítimas fatais. Então, não é a esquerda que tem histórico de violência, o presidente precisa revisar a história”, disparou Moema Gramacho.
A fuga dos debates e cultura de ódio de Bolsonaro
A petista aproveitou o momento e não poupou críticas a Bolsonaro que, assim como no episódio de Arruda, tem tentado a todo custo atribuir a violência ao PT e, recentemente, tem investido forças para descredibilizar o processo eleitoral do Brasil e o Superior Tribunal Eleitoral (STE), sugerindo uma possível interferência na apuração dos votos
Moema relembrou a manobra de fuga dos debates, típicos em períodos eleitorais do país, e momento usado para os candidatos se confrontarem e apresentarem suas propostas de governo. “Tomara que ele não fuja do debate desta vez e participe para fazer as propostas. Apresentar o legado que é praticamente muito pouco e fazer as propostas, mas ele vai fugir, provavelmente”, declarou.
“Nós do diretório nacional já fizemos algumas reuniões prevendo essa cultura do ódio em ser ampliada durante o processo eleitoral porque ele já vem ensaiando isso quando ele [Bolsonaro] cria suspeitas sobre o processo eleitoral e, inclusive, contra o próprio Tribunal Superior Eleitoral, como se o Tribunal fosse cúmplice de possíveis fraudes no sistema eleitoral. Então, ele já vem hostilizando o processo eleitoral, agora é engraçado, ele foi eleito tantas vezes por esse processo de urnas e agora ele contesta”, avaliou a prefeita que segue em seu oitavo mandato.
Durante a entrevista, ela falou que a manobra do partido para combater a tática de Bolsonaro é apresentar propostas para o povo. O Programa de Governo Participativo [PGP] está sendo construído. Nós já vamos começar a entrar nas preposições. Nós temos muita coisa para fazer para o Brasil voltar a ter credibilidade para ser reconhecido internacionalmente e garantir para o seu povo, casas, geração de emprego, tirar o país do mapa da fome e fazer desenvolver o país. Lula pagou dívida e agora estamos totalmente endividados. A gasolina e o diesel no preço que está. Nós temos como fazer comparativos na condição de vida do brasileito no período Lula e agora. O povo agora não pode comer carne”, avaliou.
A campanha federal a interferência na estadual
Na avaliação de Moema, as eleições estaduais deste ano sofrerão interferências diretas dos candidatos à presidência da República, principalmente pela polarização política que o Brasil tem enfrentado nos últimos quatro anos. Na Bahia, dos três pré-candidatos a governador mais falados pelo povo, apenas Jerônimo Rodrigues (PT) e João Roma (PL) têm seus possíveis presidentes declarados como Lula e Bolsonaro, respectivamente. ACM Neto (União Brasil) desde que se lançou na corrida pelo Palácio de Ondina, tem se mostrado resistente em revelar seu voto presidencial.
“Hoje o povo não vai estar lidando para escolher nomes que ela não já experimentou. Por exemplo, se a gente fosse fazer um paralelo entre Lula e Bolsonaro, o povo brasileiro já experimentou Lula e também o Bolsonaro. Mas, aí, vocês podem dizer que Lula levou mais tempo e que Bolsonaro está começando, mas desde o primeiro momento do governo Lula que ele buscou atacar questões estratégicas”, analisou.
Uma prefeita grata ao legado do governo Lula
“Quando Lula for fazer um resgate do legado dele, isso é um projeto, porque, quem mais investiu em universidades, quem mais investiu em escolas técnicas e isso públicas. Quem mais investiu e garantiu acesso nas universidades privadas sem pagar através das bolsas Prouni e Fies? Foi Lula. Quem mais se preocupou na implantação de creches e de políticas públicas para geração de emprego e renda? Quando Lula saiu do governo, estávamos em alto emprego, com inflação baixa, desemprego praticamente levado a zero, o Brasil fora do mapa da fome”, disse Moema.
“Aqui em Lauro de Freitas, Lula se elege em 2002 e eu em 2004. Em 2005, implantei em Lauro de Freitas todas as políticas públicas que Lula implantou no Brasil. Do Samu, a UPA. Os PAC que é são os programas de aceleração de crescimento e Bolsonaro não fez um projeto para desenvolvimento nas cidades. Eu tive aqui dois PAC, um em Itinga e um em Lagoa da Base, que ainda estou usando recursos. Vamos melhorar a Lagoa da Base, acabar com os alagamentos. Obras estruturantes na Itinga, temos muitas. Fizemos escolas, creches e postos de saúde ainda com recursos do PAC, lá de trás, de Lula”, emendou.
“Então, em termos de infraestrutura, de geração de emprego e de educação, eu desafio alguém que, dos últimos anos para cá, tenha feito mais do os governos de Lula e Dilma. Então, o povo já experimentou o que foi os governos petistas e o povo também já teve três anos e meio e fora agora, na campanha passada, o auxílio emergência e agora o Auxilio Brasil, quais foram as políticas públicas incrementadas para geração de emprego e renda? Porque o Bolsa Família era complementar, mas tinha geração de emprego, geração de investimentos”, acrescentou.
“O Minha Casa Minha Vida gerou renda e emprego para todos. Gerou para o povão que trabalhou na parte de operação, gerou para os médios e grandes empresários e microempresários. Imagine a indústria da construção civil como foi mobilizada e trabalhada durante esse programa. E eles criaram agora a Casa Verde e Amarela que não amadureceu, está verde ainda, porque eu ainda não consegui nenhum ainda para Lauro de Freitas”, ironizou Moema Gramacho.
Confira a entevista na íntegra:
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