‘Não estou aqui para trabalhar muito’, diz novo coordenador da ‘Greenfield’ ao propor encerrar investigações no MPF

Nomeado pela PGR para assumir caso, Celso Três sugere que sejam feitos acordos com todos os alvos e que PF concentre os trabalhos


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redacao 20/12/2020 08:35 Política

O procurador Celso Tres, nomeado recentemente pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para comandar a Operação Greenfield, que ivestiga desvios bilionários em fundos de pensão de estatais, enviou um ofício para a própria PGR com uma proposta que, na prática, encerraria a Greenfield dentro do Ministerio Público Federal (MPF).

De acordo com o jornal O Globo, Três, em ofício, se recusa a dar prosseguimento às investigações em andamento, sugere sejam apenas celebrados acordos com os alvos investigados para encerrar os processos e que tudo seja enviado à Polícia Federal para que a PF concentre os trabalhos.

O procurador ainda sugere que não deve ser ele o responsável por apresentar ações na Justiça sobre os crimes e desvios nos fundos de pensão, mas sim os próprios fundos de pensão. No documento de 14 páginas, Celso Tres afirma que não quer “trabalhar muito”, pede compensações financeiras por ter assumido o caso e faz críticas à Lava-Jato. 

“Decididamente, não estou aqui para trabalhar muito. Já o fiz na ‘gringolândia'(roça, região italiana do RS) e, chegado a Porto Alegre a bordo do êxodo rural, servido por apetitoso ‘x-mico'(pão e banana) no correr de largo tempo. Ou seja, trabalhei pela sobrevivência, não porque achasse bom. Hoje, quero é jogar futebol”, escreveu.

Procuradores do MPF veem no ofício de Celso Tres uma proposta direta para acabar com a operação. A Força-Tarefa Greenfield, do MPF em Brasília foi perdendo força durante a gestão do procurador-geral da República Augusto Aras, depois que a PGR retirou a exclusividade de alguns dos seus integrantes, em meio a um movimento de conflito com as forças-tarefas. 

Com isso, o procurador natural do caso, Anselmo Lopes, pediu para sair do caso e deixou a PGR com o ônus de encontrar um substituto. A força-tarefa contabilizava ter recuperado mais de R$ 11 bilhões aos cofres dos fundos de pensão, por meio de ações judiciais e acordos de colaboração premiada.

No fim de novembro, a PGR nomeou Celso Tres para assumir o caso, sob o argumento de que ele foi o único a se apresentar voluntariamente em uma consulta interna do MPF. O ofício do procurador foi enviado para a 5ª Câmara de Coordenação e Revisão da PGR, órgão responsável por coordenar os casos de combate à corrupção e improbidade administrativa. 

Ele encerra o ofício fazendo três propostas: o envio de toda a investigação para a PF, sem ser mais conduzida pelo Ministério Público Federal; a criação de uma “linha de produção” de Acordos de Não Persecução Penal, para encerrar os casos apenas celebrando acordos de forma automatizada; e o “declínio imediato” de todos os casos da Greenfield que não significarem “lesão direta e imediata aos fundos de pensão”.

O procurador sugere ainda que até mesmo a responsabilidade por esses acordos fique com a Polícia Federal (PF), excluindo o MPF da investigação. Apresenta como justificativa o seguinte argumento: “Procurador(a) não mete medo em delinquente algum, especialmente do colarinho branco. Está na cara. Vejam face relaxada e sorridente de quem adentra a Procuradoria da República. Vejam quem assim porta-se em Delegacia de Polícia”.

Procurado pela Procuradoria carioca para comentar o teor do documento, Tres afirmou que a intenção é “viabilizar” a Operação Greenfield, diz que as investigações tiveram “falta de foco” ao apurar prejuízos em fundos de pensão que não estão sediados em Brasília e cita que os acordos de não persecução penal funcionariam como uma “alternativa de reparar os fundos”.

“Em síntese, não é à toa que ninguém quis assumir esta operação, tal qual a surrada expressão circo mambembe, somos a operação mambembe”, afirmou. O procurador ainda classifica de “ótimas” as ações apresentadas, mas afirma que estão “fora do objeto inicial, derivando a imputação de políticos”. Tres ainda se queixa da falta de estrutura de pessoal para a atual composição da força-tarefa.

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