Na última live de Bolsonaro, apoiadores se decepcionam: “Nada vai fazer!”
Muitos esperavam que o presidente apresentasse uma alternativa à derrota sofrida nas eleições deste ano
Os dois meses de pausa nas lives semanais do presidente Jair Bolsonaro (PL) elevaram a expectativa de seus apoiadores sobre o que seria dito por ele nesta sexta-feira (30). Antes do início do pronunciamento – o primeiro desde o segundo turno das eleições -, internautas manifestaram sentimentos de “nervoso” e de “socorro” e pediram a Bolsonaro: “não frustre o povo” e “não nos decepcione”.
Uma apoiadora disse que estava acordada desde a quinta-feira (29). “Haja ansiedade!!! Nem dormi de ontem pra hoje esperando essa live!!!”.
Diversos apoiadores tinham a expectativa de que o presidente apresentasse uma alternativa à derrota sofrida no segundo turno das eleições, em outubro. No domingo (1º), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomará posse e assumirá o Palácio do Planalto.
Dezenas de apoiadores pediram, nos comentários da live, a aplicação do Artigo 142 da Constituição. O dispositivo tem sido citado desde as eleições como uma suposta forma de manutenção do poder de Bolsonaro.
“Já comprei fogos para o 142, mas…”, disse um seguidor. Outra apoiadora recorreu a uma expressão que viralizou em setembro para pedir que Bolsonaro usasse o dispositivo. “Bora, Bill!! 142”, disse.
No vídeo que circulou nas redes sociais e virou meme, um homem repete a frase “Bora, Bill”, durante um jogo de futebol. Bill é morador de Croatá, no Ceará, e nas imagens, o narrador grita ainda “Bora ‘Fi’ do Bill” e “Ali a mulher do Bill”, em referência a pessoas ligadas a ele.
Em outro momento da live, uma seguidora deixou a cargo de Bolsonaro escolher o dispositivo da Constituição que preferisse. “O artigo que achar melhor, eu confio”, escreveu.
Conforme o pronunciamento foi sendo feito e Bolsonaro não agiu conforme alguns apoiadores esperavam, os comentários mostraram a decepção dos bolsonaristas. “Se nada for feito, acabou”, afirmou uma seguidora.
“Nada vai fazer”, questionou outro. “Queremos ação”, escreveu mais um. “Eu vou ter ir pro hospital, estou mal!!! Meu Deus!!!”, afirmou uma internauta.
Em meio aos decepcionados, houve quem agradecesse a Bolsonaro e quem visse uma suposta mensagem dele nas entrelinhas. O presidente disse aos apoiadores que “o Brasil não vai se acabar no dia 1º”, data da posse de Lula.
“Olha a fala subliminar, o Brasil não vai acabar em janeiro”, escreveu um apoiador, sem se aprofundar.
Próximo ao fim da transmissão, Bolsonaro quis saber como estavam os comentários nas redes sociais. “Não precisa me falar, não. Dá um positivo ou negativo”, pediu. As imagens não mostraram a resposta do assessor do presidente, que emendou outro assunto em seguida.
Após o fim do pronunciamento, a deputada estadual eleita em Santa Catarina, Ana Campagnolo (PL), deixou uma reclamação escrita no perfil de Bolsonaro. A aliada do presidente foi a parlamentar mais votada do estado, com 196.571 votos. “Faltou ser claro num ponto. Tinha que dizer com todas as letras que o Exército está contra o povo”, escreveu a deputada.
Que diz o Artigo 42
O Artigo 142 versa sobre a função das Forças Armadas no país, mas é entendido pela extrema-direita como uma autorização constitucional para que Exército, Marinha e Aeronáutica atuem como um “poder moderador”, se convocados a uma “intervenção militar”. Esta interpretação é rechaçada por juristas.
O dispositivo, na verdade, é responsável pela regulamentação dos fins e da estrutura das Forças Armadas em sua atuação em solo brasileiro. O Artigo 142 afirma que as Forças Armadas – Marinha, Exército e Aeronáutica – são instituições “permanentes e regulares” que respondem à “autoridade suprema do Presidente da República” e se destinam “à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.
Entretanto, para bolsonaristas, o fato de o dispositivo constitucional dizer que os militares respondem à autoridade presidencial significa que o Bolsonaro teria a prerrogativa de convocar as Forças Armadas para destituírem outros Poderes, caso considere tal ato necessário para a manutenção da lei e da ordem no país.
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