Moraes inclui Bolsonaro como investigado em inquérito das fake news por ataques às urnas

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tornou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) um dos investigados no inquérito que investiga a disseminação de fake news. O pedido para que a Corte apure a participação do chefe do Executivo no caso foi feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

“Não há dúvidas de que as condutas do Presidente da República insinuaram a prática de atos ilícitos por membros da Suprema Corte, utilizando-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais, com o intuito de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário, o Estado de Direito e a Democracia; revelando-se imprescindível a adoção de medidas que elucidem os fatos investigados”, diz Moraes em trecho da decisão.

Como ações iniciais, o ministro pediu a transcrição oficial da transmissão ao vivo feita pelo presidente na quinta-feira passada (29), em que atacou a confiabilidade do voto eletrônico e admitiu não ter provas para as denúncias. Moraes também pediu que cinco pessoas sejam interrogadas dentro de dez dias.

São elas: o ministro da Justiça, Anderson Torres; o homem que aparece na transmissão como especialista, Eduardo Gomes; o professor Alexandre Ishiro Hashimoto; o youtuber Jeterson Lordano; e o engenheiro especialista em segurança de dados, Amílcar Brunazo Filho.

O ministro dá prazo de cinco dias para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar. Depois desse período, o processo será encaminhado para a delegada da Polícia Federal, Denisse Dias Rosa Ribeiro, que conduz a investigação.