“Mito pode também ser chamado de mentira, de ilusão”, diz general Paulo Chagas

General da reserva, candidato bolsonarista ao governo do Distrito Federal pelo PRP em 2018 e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Paulo Chagas o considera um ex-aliado deslumbrado com o poder.

“O caminho correto seria o presidente baixar a bola e entender qual é a missão dele”, disse o militar ao Estadão/Broadcast.

Para Chagas, ministros deveriam conversar com Bolsonaro na busca de arrefecer os ânimos a fim de evitar um eventual impeachment. Segundo ele, se ficar “cada um caladinho, cuidando do seu quadradinho”, o governo será paralisado.

O general disse ainda que o “negacionismo” do governo em relação à pandemia agravou a situação e que é preciso “uma dose de humildade muito grande” para reconhecer o erro.

“É um absurdo que o presidente venha ‘mimimizar’ um problema como esse”, afirmou.
Através da rede social Twitter, Chagas rebateu quem o critica por se voltar contra o presidente e relata ter perdido seguidores por isso.

“Há quem diga que não devo criticar o presidente Bolsonaro porque não temos outro capaz de liderar a direita. Ora, se entre 200 milhões de brasileiros só encontramos um narcisista deslumbrado, trapalhão e que não cumpre o que promete para nos liderar, é porque a direita não está preparada para mudar o Brasil!”, postou no último sábado (6).

Chagas disse ainda, ter sido contra uma espécie de glorificação da figura do presidente, pois ele “não é milagreiro”, e afirmou que o uso da palavra “mito” para defini-lo pode carregar outro significado. “Mito pode também ser chamado de mentira, de ilusão.”