Ministro do Trabalho cobra empresas para melhorarem média salarial

Luiz Marinho pediu mais atenção à precariedade do mercado de trabalho

Bruno Brito 11/12/2023 23:12 • Política

Nesta segunda-feira (11), o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, expressou seu apoio à ideia de que as empresas devem se esforçar para oferecer salários mais elevados aos trabalhadores. Marinho ressaltou que, embora o número de desempregados esteja diminuindo, a maioria dos novos empregos tem remunerações na faixa de R$ 1,5 mil a R$ 1,7 mil. Durante o lançamento do Pacto Nacional pela Inclusão Produtiva das Juventudes, ele enfatizou a necessidade de uma reflexão profunda sobre a precariedade do mercado de trabalho. As informações são da Agência Brasil.

O ministro fez um apelo às empresas para que ajustem os salários oferecidos de acordo com os níveis de lucro alcançados. “A gente também deixa uma reflexão para as empresas pensarem a sua estrutura de salários, se está adequada ao seu nível de lucratividade, se estão compatíveis os ganhos com pagar um salário melhor”, disse.

O Pacto Nacional pela Inclusão Produtiva das Juventudes é uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O documento estabelece compromissos para os governos em todas as esferas, empresas, sindicatos e o terceiro setor trabalharem em conjunto em prol da inclusão produtiva da juventude.

O Unicef destaca que o Brasil está passando por uma redução no percentual de jovens na população. Mesmo com mais de 50 milhões de jovens entre 15 e 29 anos durante duas décadas, em 2022, a população com mais de 30 anos ultrapassou esse grupo etário.

Segundo dados do MTE, apenas 14% dos jovens desempenham atividades técnicas qualificadas, sendo que a maioria ocupa funções como operador de telemarketing, vendedor e motorista de aplicativo. Além disso, 51% das mulheres e 56% dos jovens negros trabalham na informalidade.

O presidente do Conselho Nacional da Juventude, Marcos Barão, alertou para a necessidade de haver atenção para esses dados e tomar medidas concretas para mudar a situação. “É um futuro muito indesejável, eu garanto isso. É um futuro em que o Brasil envelhece antes de prosperar. E o resultado é pobreza, é violência, é aprofundamento das igualdades, inclusive todas as empresas aqui presentes vão perder. Todo mundo perde”, ressaltou.

A inclusão dos jovens passa, de acordo Barão, por temas muito além da simples capacitação profissional. “Todo mundo falou um pouco aqui sobre isso, quem ouviu atentamente, ouviu falar sobre trabalho digno, sobre educação, sobre cidadania, ouviu falar sobre saúde mental, sobre território, ouviu falar sobre temas diferentes. Por essência, por conceito, a exclusão é um desafio complexo, demanda pactuação, demanda soluções sistêmicas”.