Marcos Mendes diz que práticas do governo Rui o aproximam de Bolsonaro

O vereador Marcos Mendes (Psol) traçou um paralelo em que aproxima as práticas do governador Rui Costa do governo Bolsonaro. O edil foi entrevistado pelo Política na Mesa, da TV Câmara, nesta segunda-feira (17).

“Sintonia fina é a seguinte: ele [Rui] atacou as universidades estaduais, Bolsonaro atacou as federais. Bolsonaro privatiza ou, vê se no futuro [o fará], a educação estadual, aqui uma portaria abre um processo de privatização da coordenação das escolas. A reforma [estadual] da Previdência igual ou pior do que a de Bolsonaro e da mesma forma, sem discutir com sindicatos e trabalhadores. Atacando de todas as formas possíveis”, analisa.

Mendes ainda aprofundou sua teoria por áreas. Da Segurança Pública à Reforma da Previdência. Também criticou o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), o qual considera ser dirigido “por uma quadrilha”. E ainda deu tempo para teorizar uma conspiração onde a morte do miliciano Adriano da Nóbrega esconderia uma relação entre Rui e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Confira os tópicos:

Rui x Bolsonaro:

Segurança

“Rui Costa diz sobre aqueles doze jovens assassinados na chacina do Cabula que os policias eram artilheiros na porta do gol. Sintonia fina com Bolsonaro. Ele aprovou um decreto em que os policiais militares não devem ser julgados pela Justiça comum, somente pela militar. Aquela mesma Justiça Militar que inocentou os policiais que assassinaram [os jovens].”

Tribunal de Justiça

“O Tribunal de Justiça, que é comandado por uma quadrilha. Eu não sei se tem 10% de gente inocente naquele lugar. Ta aí a [operação] Faroeste está aí provando isso. Uma das juízas, que inclusive está afastada, acabou liberando os policiais. Uma auditoria externa comprovou que foi crime de execução e anulou a sentença. Outro julgamento está correndo em segredo de Justiça.”

Miliciano Adriano da Nóbrega

“Rui Costa pega a Inteligência da polícia, depois de uma suposta denúncia para dizer que esse miliciano estava em Esplanada. A polícia identifica o local, faz um cerco, que me parece ter sido mais de 70 policiais, ele [o miliciano] estava sozinho, e de repente você não prende essa figura que é importante, inclusive, com relações finas com a família Bolsonaro. Só nas rachadinhas.”

“Assim como o Flávio Bolsonaro colocou a mãe e a irmã dele [miliciano] para trabalhar. Ele teve uma sessão especial em homenagem a ele, quando ele estava preso, acusado de assassinato. Ele seria uma peça fundamental para desvendar vários esquemas de crimes da família Bolsonaro. De repente, esse cara é assassinato. A perícia diz que foi execução.”

“Existem indícios fortíssimos de uma relação entre Bolsonaro e Rui Costa. Acho que essa é a única explicação [para Rui ter interesse na morte do miliciano]. Eu não sei se ele está querendo alguma grana de Bolsonaro aqui para o estado da Bahia, fazer essas relações, porque é muito estranho.”

Guerra contra PSOL

“Eu vou entregar um documento e [o vereador] Hilton já havia entregado um documento que pede explicações à Secretaria de Segurança Pública (SSP) sobre esse caso [do miliciano]. O presidente nacional do PSOL esteve aqui [na Bahia] e passou a tarde inteira esperando para ser atendido pela SSP. Não foram atendidos. A SSP não se dignou a atender o PSOL. O Governo do Estado declarou guerra aos militantes do PSOL.”

Reforma da Previdência

“Já teve militante do PT que disse que Rui Costa era inimigo de classe dele. Então ele está muito próximo do governo Bolsonaro. A sintonia é muito fina. Vou deixar claro aqui, porque as pessoas gostam de apontar muito o dedo para Rui Costa. Dizem que ele é da direita. Há mais de cinco anos escuto que ele é praticamente o papa do PT. Agora, cadê os deputados do PT. Se Rui Costa é a erva daninha, por que eles não se contrapuseram? Todos votaram a favor.”