“Lula já é de centro”, afirma senador Jaques Wagner

Com a missão em dar continuidade do Partido dos Trabalhadores no comando da Bahia, o senador Jaques Wagner também será palanque estratégico para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano que vem.

Em meio à reaproximação de Lula e Fernando Henrique, Wagner classifica como um “azar histórico” que PT e PSDB não tenham caminhado juntos em algum momento na história eleitoral.

“Em 2018, o Bolsonaro deslocou da cena política eleitoral os dois partidos que faziam contraponto ao PT: o PSDB e o DEM. É um azar histórico, PSDB e PT foram as duas novidades pós-governo militar, e o ideal é que se encontrassem em algum momento”, disse ao portal Valor.

Jaques Wagner afirmou ainda que o ex-presidente Lula é o pré-candidato do PT, independente do resultado das pesquisas.

“Mantenho minha posição de que pesquisa tão longe da eleição vale pouco, tem muita água pra rolar. Mas é claro que foi uma resposta da população ao que aconteceu com o Lula, e à inocência dele decretada pelo STF”.

Wagner disse ainda que o antipetismo, que marcou a eleição de 2018, vai se converter em antibolsonarismo em 2022.

“O PT foi muito estigmatizado em 2018, pela cabeça das pessoas passou que preferiam um doido, um inesperado, do que aquilo que lhes parecia um mar de coisas erradas. Hoje pelo resultado da experiência com o atual presidente vai acontecer exatamente o contrário”, pontuou.

Wagner avaliou ainda os cenários sobre a disputa eleitoral de 2022.

“Dizem que um terço é do lado de cá, do PT e seus aliados; um terço é do PSDB, DEM e seus aliados; e um terço decide pelo desempenho do governo. Em 2018, esse polo do PSDB e DEM foi deslocado para o atual presidente, que hoje detém esse um terço. Aquele um terço que se poderia chamar de liberais acabou dando lugar a um liberalismo extremado do ministro Paulo Guedes”, finalizou.