Kleber Rosa diz que é preciso repensar a segurança pública e lista metas para saúde e educação

O candidato a governador da Bahia pela federação PSOL-REDE, Kleber Rosa, participou na manhã desta segunda-feira (5), da sabatina promovida pelo programa Nova Manhã da rádio Nova Brasil FM, liderado pelo editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra. Na ocasião, Rosa defendeu a necessidade de mudar eixo da concepção da segurança pública desenvolvida na Bahia.

“Na Bahia é replicado o que é o senso comum no Brasil, a segurança pública voltada para lógica de guerra, do enfrentamento, com todo seu aparato direcionado para guerra, da guerra às drogas, que já se mostrou ineficaz e insuficiente. E pior, já mostrou que esse modelo produz mais violência, sem diminuir os índices de violência”, disse.

O psolista afirmou também que a prática de crimes termina “respingando” em toda a população que vive no entorno desses ambientes mais vulneráveis da violência e que, diante deste quadro, é necessário repensar a lógica da segurança pública, inclusive investindo na desmilitarização.  

“Essa ideia não é, necessariamente, algo técnico e formal, de tornar a polícia militar algo civil, até porque isso é algo constitucional, que cabe ao congresso. Mas, pensar uma ação policial que não seja pautada na ação militar, porque a doutrina militar é uma doutrina pensada para momentos de guerra. Tratar parcelas do nosso povo como inimigos do estado é a única coisa que justifica uma ação militarizada da segurança pública e isso é um equívoco”, observou.

Para tanto, o candidato apontou que deve haver um foco na investigação policial, que precisa ser o centro da ação das policiais. Ele também apontou a necessidade da investigação estar associada à inteligência, uso de tecnologia, para que a violência seja enfrentada sem provocar mais violência.

“É importante ressaltar que não se faz segurança pública só com polícia. Nossa proposta de inclusão social prevê, a médio prazo, impactar nos índices de violência. Sabemos que a violência brota das desigualdades, da exclusão social, da falta de perspectiva de vida, da ausência de perspectiva de futuro e faz que a violência brote como fenômeno desse ambiente desprovido de condições socioeconômicas, por isso, enfrentar esses problemas e garantir dignidade a essas pessoas é uma maneira de evitar que a violência aconteça”, observou.

Ele também garantiu que, caso seja eleito, irá triplicar a quantidade de policiais civis através da realização de novos concursos públicos. O postulante ao Palácio de Ondina defendeu a necessidade de a gestão estadual valorizar o trabalho dos policiais civis e investir mais na investigação criminal.

“Precisamos aumentar o nosso efetivo, vou triplicar a quantidade de policiais civis, por meio da abertura de mais concursos públicos. Existe um baixo efetivo policial nas delegacias de todo o Estado, fato este que gera uma sobrecarga de trabalho para o policial civil e, consequentemente, interfere diretamente na qualidade do serviço prestado e no próprio processo de investigação criminal”, salientou.

Saúde

Ao debater a saúde, Rosa falou sobre um dos principais gargalos da área, que é a questão da regulação no estado. Na avaliação dele, a fila de regulação expressa a relação entre oferta e procura, demonstrando que a oferta de vagas é menor que a demanda. Ele também apontou que, um dos problemas é o “fura-fila”, pessoa que recorre a indicações para realizar seu procedimento que brevidade.

“A primeira coisa é dar transparência, que as pessoas saibam seu lugar, mas o objetivo tem que ser acabar com a fila. Um exemplo é a gestão na pandemia, que foi considerada de sucesso, que deu conta da demanda, tivemos oferta de leitos acima da necessidade, sempre acima da procura, para evitar colapso. Cadê essas UTI’s, porque para a pandemia houve política acertada, mas não é possível manter acima da procura, a fila de regulação é principalmente, afetada pela falta de vagas da UTI”.

De acordo com o candidato a saúde é prioritária e será tratada com “coragem e atitude para garantir que ninguém morra na fila por falta de vagas”.

Educação

Por sua vez, ao falar sobre educação, o candidato do PSOL defendeu a necessidade de pensar em uma educação libertadora e garantidora de direitos. Professor do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), Rosa apontou a importância de repensar a organização e reestruturação das escolas.

“Tenho defendido como elemento central do debate, a diminuição da carga horária do professor em sala, ele tem cinco horas aula pela manhã e pela tarde, imagine que um professor de 40 horas, pode ter até 300 alunos. Imagine 300 alunos, professor tendo que ler cada reposta, por exemplo, cinco questões de cada aluno, são 1.500 questões, é algo humanamente impossível de dar conta, sem comprometer a qualidade. Então, diminuir a carga horária e o número de alunos por sala, são fundamentais para impactar de forma direta e imediata na qualidade da educação”.

Confira a entrevista na íntegra: