“Juro alto não faz bem a nenhuma economia do mundo”, diz Rui Costa

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou nesta quinta-feira (5) que o juro alto “não faz bem a nenhuma economia do mundo”. Negando ser uma crítica ao Banco Central, o ex-governador da Bahia defendeu a redução de juros.

“Não se trata de questionar o Banco Central independente, não se trata de crítica. Acho que é unanimidade que juro alto não faz bem para nenhuma economia do mundo”, destacou. Costa também explicou que espera haver trabalho conjunto para que “em pouco tempo possa haver redução significativa dos juros”.

O ministro também informou que o governo pretende fazer um “debate grande” sobre Reforma Tributária e um novo patamar fiscal, com o objetivo de promover “mais justiça fiscal e tributária”.

“Mas nós vamos cuidar para a qualidade do gasto. Tenho insistido para que não só a gente fique atento para o total das despesas, o chamado teto de gastos, mas tão importante tanto quanto o total da despesa é a qualidade deste gasto”, adicionou, pontuando que nenhuma medida será “feita de sobressalto”.

Antes, também observou que “mesmo com a aprovação da PEC [do Estouro, para uns; da Transião, para outros], temos um orçamento que foi subestimado, ou seja, há um déficit orçamentário grande”.

Reunião ministerial

Sobre a reunião ministerial marcada por Lula para esta sexta-feira (6), Costa disse que não se trata de “freio de arrumação”. “Não é um freio de arrumação, não é bronca, nem puxão de orelha, é a primeira reunião”, destacou.

Ele explicou que no encontro serão apresentadas estratégias e roteiros de trabalho de Lula. “Vai apresentar qual a expectativa dele, como ele quer que funcione, os fluxos, as prioridades, reforçar o entendimento do trabalho em equipe, coletivo”, pontuou.

Sobre o trabalho conjunto, o ministro observou que “não adianta ter muitos craques se cada um quer aparecer individualmente e não quer jogar para a equipe”.

Ainda de acordo com o petista, na próxima semana, a Casa Civil deve começar a visitar outros ministérios para definir prioridades, como o Minha Casa Minha Vida, investimentos em saúde pública e em educação – com destaque para escolas em tempo integral.

Ele também revelou que já estão trabalhando em duas viagens do presidente Lula para estados brasileiros no mês de janeiro “para efetivamente fazer entregas e anúncios”.

Obras paradas

Nesta quinta-feira (5), o Tribunal de Contas da União (TCU) revelou que o governo atual assume o Brasil com 8,6 mil obras paradas. Quando Jair Bolsonaro (PL) se tornou presidente, eram 14 mil. Sobre o tema, Rui Costa disse que a administração federal não sabe, exatamente, o número de obras paralisadas.

Assim, ele anunciou que será feito um cadastramento para os municípios brasileiros informarem quantas obras paralisadas possuem, fornecendo também estimativa de conclusão e outros detalhes.

* Com informações da CNN Brasil