Jornalista avalia cenário das eleições para o governo da Bahia e não economiza nas críticas a Bolsonaro
Cíntia Kelly falou também sobre estratégias do PT e o bicentenário da Independência
Em tom de campanha eleitoral em um evento que deveria celebrar o Bicentenário da Independência do Brasil da Coroa Portuguesa, e com um discurso machista, o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), deu no que falar ao gritar, em coro, “imbrochável”, pelo menos três vezes. Para a coordenadora de jornalismo, apresentadora e comentarista de política da CBN Salvador, Cíntia Kelly, a ‘virilidade’ do gestor é pouco relevante para a mulher brasileira e muito menos ainda para uma mãe preocupada com a fome do filho.
“Saber se ele é imbrochável ou se o pênis dele fica ereto ou se não fica não é relevante para o público feminino de modo geral. Não é isso que a gente quer saber e volto a dizer, temos uma parcela de pessoas que está passando fome e para essa mulher que é mãe, ela quer saber como fazer para sustentar o filho dela e não em saber se o presidente é imbrochável ou se não é. Não interessa”, criticou Cíntia durante entrevista com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no programa Nova Manhã da Rádio Nova Brasil FM.
O discurso do gestor federal, que busca uma reeleição em 2023, foi feito para a multidão de seguidores, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Ao lado do empresário também militante de sua causa, Luciano Hang, Bolsonaro deu um beijo em sua esposa, Michele, após falar aos homens solteiros para procurarem uma mulher “para serem mais felizes”.
“Bolsonaro, além de ter um discurso recheado de mentiras, tem um discurso muito machista também, muito misógino. Faz comparação entre sua esposa com a de outros candidatos… isso não tem questão. A gente não quer saber se Michele é bonita ou se não é, se Bolsonaro consegue saciar sexualmente Michele. Isso não interessa para a gente. O que queremos saber é sobre as políticas públicas voltadas para a mulher”, seguiu com a dura avaliação.
Para a jornalista, o cenário que se desdobrou durante os festejos do 7 de Setembro sobrepujaram o real motivo da data, principalmente por não ter tido nenhuma mensagem de ‘esperança’ para o Brasil, onde cerca de 15,5% da população (33,1 milhões) passa fome, segundo levantamento da segunda edição do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II VIGISAN). São 14 milhões a mais de pessoas passando fome na comparação com o primeiro levantamento realizado em 2020.
“E eu volto a dizer que ele fala para um público que aplaude, que bate palmas, que acha graça daquilo ali, mas que foi uma vergonha internacional o que ele fez. E o bicentenário da independência acabou passando batido porque o que ele poderia falar, o que ele deveria falar para o brasileiro de um modo geral era sobre o que a gente poderia esperar para o futuro”, afirmou a comunicadora.
Eleição federal vs estadual
Há 24 dias do primeiro pleito de 2022, o candidato a governador da Bahia, ACM Neto (UB), se mantém firme em não declarar ou em não revelar o seu apoio a nenhum dos postulantes a presidente da República, assim como em não comparecer em nenhum dos debates promovidos pelas emissoras de televisão. Numa tentativa de atrair os eleitores indecisos, o PT-Bahia tem investido em peças publicitárias relacionando o ex-prefeito de Salvador a Bolsonaro.
Na avaliação de Cíntia Kelly, a manobra é bem feita, mas foi aplicada em um curto espaço de tempo para conseguir atingir o público alvo. “O PT tem tentado fazer isso quando diz que o ACM Neto é o candidato do ‘tanto faz’, ‘tanto faz Bolsonaro que deixa as pessoas passarem fome’, ‘tanto faz Bolsonaro que deixou a inflação galopante’ e é isso que eles tentam fazer em colar ACM Neto em Bolsonaro”, falou a jornalista.
“Converso muito com o pessoal de campanha de Jerônimo e eles estão muito esperançosos, inclusive que ele vença no primeiro turno, porque eles estão vendo uma movimentação no interior que a gente não consegue captar daqui. Então, a estratégia é essa mesmo, de colocar Neto junto com Bolsonaro, de colocar aquela imagem do Bolsonaro abraçando Neto e sorrindo, inclusive a Justiça já disse para suspender essa propaganda, mas vira e mexe a gente vê isso”, acrescentou.
Questionada sobre a redução de pontos entre Bolsonaro e Lula (PT), que tem sido primeiro nas pesquisas e da influência federal na campanha estadual de João Roma (PL), Cíntia avaliou que acha muito pouco improvável o candidato a governador da Bahia crescer junto com o padrinho, uma vez que muitos baianos que têm o atual presidente como opção de voto, vão destinar a escolha para ACM Neto como governador.
Na Bahia, para presidente, a jornalista pontuou alguns fatores que podem ajudar numa possível virada de Bolsonaro até 2 de outubro, como as primeiras parcelas de R$ 600 do Auxílio Brasil, assim como o desempenho nos debates e sabatina, porém a marca do PT ainda é forte no estado.
“A gente não pode esquecer que existe a força do PT na Bahia. Mas, muita gente que vai votar em João Bolsonaro, vota em ACM Neto. Por exemplo, eu vi muita gente que foi para o Farol da Barra (nesta quarta-feira), essas pessoas foram muito mais por Bolsonaro e não por Roma ou Raíssa, pessoas que são eleitores de ACM Neto. Não acredito que Bolsonaro crescendo nas pesquisas venha a ter uma mudança significativa em relação a João Roma, claro que posso me enganar”, pontuou.
*Confira a entrevista na íntegra:
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