Ireuda Silva diz que a pandemia facilitou violência contra mulheres: “Confinamento favoreceu os agressores”

Presidente da Comissão da Mulher na Câmara de Salvador, a vereadora Ireuda Silva (Republicanos), avaliou o cenário deixado pela pandemia em relação aos casos de violência contra a mulher. Diversas pesquisas apontam o crescimento do número de mulheres que sofreram violência física, psicológica ou sexual durante o período.

Em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, na Rádio Nova Brasil FM, nesta quinta-feira (26), a vereadora ressaltou que o confinamento favoreceu aos agressores e piorou uma situação que já vinha sendo preocupante.

“A pandemia foi uma conivência muito grande para os agressores. O confinamento produziu uma escala muito maior, se nós já vivíamos uma questão muito séria dentro da violência contra a mulher, com a pandemia, se tornou um estorvo. Os resultados estão aí até hoje, contando com a falta de atuação da Justiça, o que faz isso crescer. Quando você tem ali um casal que já tem um desequilíbrio, e está ali confinado, dentro de uma questão totalmente favorável que é a questão financeira, emocional, um desequilíbrio total, o resultado disso são pilhas e mais pilhas de processos como nós temos aí”, diz.

Ireuda diz que falta celeridade por parte da Justiça em julgar os casos de violência contra a mulher, o que faz com que muitos virem apenas “estatística”. 

“Infelizmente, são estatísticas que não vão dar em muita coisa, em muita solução, porque antes disso, nós já tínhamos um parâmetro muito grande [..] A mulher continua como uma vítima central da violência”, lamenta. 

Um dos pontos centrais para o combate a violência, segundo a vereadora, é a conscientização. Ela ressalta que muitas mulheres não têm ciência da agressão sofrida, sendo preciso manter o diálogo constante.

Existem diversas maneiras de violência, entre elas a física, a sexual, a patrimonial, a moral e a psicológica. Para Ireuda, a agressão psicológica é uma das piores formas de violência, pois é a mais difícil de ser identificada pela vítima. Ela, que diz ter atendido um caso assim nas últimas semanas, conta já ter sofrido este tipo de agressão. 

“A agressão psicológica é aquela em que, por exemplo, o cara se aproveita em todos os sentidos, incide sobre os valores que a mulher ganha, desvaloriza ela enquanto mulher, a desmoraliza e a despreza em todo os sentidos. A mulher dentro disso se sente culpada, é preciso entender isso. Ela não entende que aquilo é uma agressão, e das piores, a agressão psicológica é aquela onde a mulher não tem como se defender”, pontua.

Confira a entrevista completa: