Ireuda detalha campanha “Meu corpo não é sua fantasia” e ressalta: “Mulher tem direito de ir se divertir”

A vereadora e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara Municipal de Salvador (CMS), Ireuda Silva (Republicanos), detalhou ao Portal M!, nesta sexta-feira (2), a campanha “Meu corpo não é sua fantasia”, que será lançada na terça-feira (6), às 14h, na CMS. Conforme a edil, a iniciativa tem o objetivo de combater a importunação sexual e a violência contra a mulher durante a festa momesca.

“É uma campanha de combate ao assédio no Carnaval. Você sabe que muitos homens vão para o Carnaval no propósito de assediar e se impor sobre as mulheres. Isso é uma agressão. É uma agressão à mulher. Nós precisamos respeitar os espaços. A mulher tem direito de ir se divertir. Ela tem direito de não querer ficar com o homem que se apresente a ela”, ressaltou a vereadora. 

Ireuda também lembrou do episódio envolvendo integrantes do bloco ‘As Muquiranas’ que, no ano passado, cercaram uma mulher e a assediaram utilizando pistolas d’água. “Muquiranas é famoso pelo ataque as mulheres, fazerem da maneira que bem acham, invadirem os corpos das mulheres, tocando, apalpando, sem ter esse direito. Usando essas coisas que eles usam no período de Carnaval e que é um abuso, é uma afronta, não só às mulheres, é um desrespeito total às pessoas”, apontou. 

Diante disso, a edil detalhou que a campanha não vai só conscientizar, mas também promover proteção e denúncias. “Conscientizamos as mulheres de que elas não devem aceitar, conscientizamos os homens de que eles não devem praticar e fazemos o trabalho de denúncia. Se nós estamos ali, temos conhecimento de um fato, vamos denunciar”. 

Conforme a vereadora, é necessário que as pessoas entendam que é necessário respeitar as mulheres durante o período carnavalesco. “É preciso entender que todos podem ir brincar, mas que tem que respeitar a mulher, porque a mulher não é símbolo, como é tida pela mente de muitos homens, símbolo de sexualidade e que deve ser invadida, que deve ser tocada. É um período muito propício para turistas que já vêm para Salvador com essa intenção. Inclusive, dentro do parâmetro de que a mulher preta é vulnerável para isso, é tida como mulheres que estão ali porque precisam vender os seus corpos, em troca de valores, eles pensam dessa forma e não respeitam”. 

Ela também fez questão de enfatizar que a fiscalização será grande durante a festa momesca para coibir essas ações. “Quem quiser ir brincar, esteja à vontade, mas fique esperto porque a coisa não vai ser fácil não. Ah, o sistema está cheio, o circuito está cheio de pessoas, não tem identificação, engana-se. São não sei quantas mil câmeras, agora eu não sei o número exato para falar, mas são câmeras com identificação facial. Pode fazer que você vai ser alcançado”, disse. 

Ireuda também aproveitou para convidar a população para participar do lançamento da camapanha. “Eu aguardo vocês lá. Quero receber vocês lá, apoiando e fortalecendo essa campanha. Eu não estou convidando só as mulheres não, eu estou convidando os homens que se respeitam e que combatem o assédio e que combatem a desvalorização da mulher na cabeça de muitos homens”.

Confira a entrevista completa:

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