Fake news e falta de propostas: Relembre a campanha presidencial e os principais embates entre Bolsonaro e Lula
Eleição deste ano teve primeiro embate entre os candidatos; campanha foi marcada por fake news e polêmicas
Na campanha presidencial mais disputada da história recente do Brasil, desde a redemocratização, houveram diversos momentos marcantes e polêmicas, sobretudo, pela intensa propagação de fake news, que deram o tom da corrida presidencial.
Se em 2018, a “mamadeira de piroca” e o chamado “kit gay” foram as fake news responsáveis por marcar a eleição que elegeu Jair Bolsonaro presidente, desta vez, foram as falsas denúncias sobre urnas e pesquisas eleitorais, fechamento de igrejas e uma suposta ligação do petista com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) que dominaram o repertório dos bolsonaristas contra o PT, neste peli representato pello ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em uma eleição em que não houve espaço para o debate de propostas, as redes sociais nortearam as campanhas diariamente. Isso porque, em dado momento, as campanhas atuavam para negar as supostas acusações, ao mesmo tempo, em que surgiam novas notícias falsas. Todo esse movimento fez com que, desde o início, o debate de propostas ficassem de lado.
Campanha
O início da campanha eleitoral foi marcado pelo esforço dos dois candidatos em consolidar suas bases e buscar votos dos indecisos e da chamada terceira via. No entanto, as estratégias das duas campanhas sempre se utilizaram dos ataques mútuos nas propagandas de rádio e TV, nos comícios e nos debates.
No caso de Lula, ainda na reta final do primeiro turno, a campanha petista buscou conquistar o chamado “voto útil”, quando o eleitor decide votar no candidato mais bem classificado para ajudar a encerrar a disputa mais rapidamente. A intenção era atrair simpatizantes de candidatos como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) que, ao votar em Lula, estariam ajudando a evitar um segundo turno contra Bolsonaro.
Já do lado do presidente Bolsonaro, a campanha intensificou as críticas aos escândalos de corrupção e na crise enfrentada por países governados pela esquerda na América Latina. O principal objetivo deste movimento era reduzir a intenção de voto em Lula no primeiro turno, e fazer com que a eleição chegasse ao segundo turno.
Já no segundo turno, as principais estratégias estiveram ligadas à questão econômica. Enquanto o ex-presidente acusou Bolsonaro de tentar “acabar com o 13º e com as férias do trabalhador” e do governo “acabar” com o reajuste de salário mínimo acima da inflação, a campanha do candidato à reeleição acusou o petista de querer acabar com o Simples Nacional, confiscar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e acabar com as deduções do Imposto de Renda (IR).
Já nesta reta final, houve espaço ainda, para uma nova investida de Bolsonaro contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por, supostamente, não ter suas inserções de campanha em rádios da Bahia e de Pernambuco. O pedido de investigação foi negado pelo presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes, e as rádios citadas na “auditoria” feita pela campanha de Bolsonaro, negaram as acusações.
Outro episódio que entra para a história e que ainda não se tem a dimensão real do seu impacto foi o ataque do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) contra agentes da Polícia Federal. Aliado de Jair Bolsonaro, Roberto cumpria prisão domiciliar quando fez ataques à ministra do Supremo, Carmém Lúcia. Jefferson questionou sua qualificação para o cargo e xingou a ministra. Após determinação para volta à prisão, o político atirou com fuzil e lançou granadas contra quatro agentes da PF. Dois deles foram atingidos. O episódio, marca pela violência e desacato às autoridades de Justiça do País, colocando o eleitor em alerta sobre a conduta do atual presidente caso seja reeleito.
Apoios
O pleito atípico teve como grande diferencial o envolvimento de artistas, políticos e personalidades. Todos saindo em defesa dos candidatos a fim de impulsionar suas candidaturas.
Jair Bolsonaro conseguiu agregar à sua lista de apoiadores cantores sertanejos como Gustavo Lima, Leonardo, Zezé de Camargo, Henrique e Juliano e Chitãozinho, que realizaram ato no Palácio do Planalto e o jogador Neymar. Nome de maior peso no seu atual séquito, mas que três dias antes de declarar seu apoio com falas de combate à corrupção, esteve no banco de réu na Espanha, acusado de sonegar impostos.
Lula ao longo do pleito foi fortalecido por um grande número de artistas. Nomes como Gilberto GIl, Chico Buarque, Caetano Veloso e até Ivete Sangalo – que sempre se manteve neutra quando o assunto é política – saíram em defesa do ex-presidente.
Os atos com Lula e seus vídeos na Internet trazem imagens de um grande número de atores que questionam o uso da Lei Rouanet no governo Bolsonaro, quando a cultura perdeu um ministério e a lei ampliou seu valor, mas reduziu o número de projeto beneficiados.
A defesa da cultura mobilizou as redes dos artistas que ganharam como porta-vozes o humorista e apresentador Paulo Vieira e o youtuber Felipe Neto, crítico ferrenho do PT que pediu desculpas à ex-presidente Dilma Roussef (PT) por ataques no passado.
Enquanto Bolsonaro acumula críticas de governantes de outros países e veículos internacionais, Lula viu publicados artigos a seu favor na revista Nature e no New York Times.
Debates
Entre os momentos marcantes das eleições, estão os encontros entre os candidatos. No dia 29 de setembro, três dias antes do primeiro turno, o debate da Globo ficou marcado pela “guerra dos direitos de resposta”, protagonizado entre os candidatos e, sem dúvidas, pela “ilustre” participação do padre Kelmon (PTB), que fez a linha auxiliar do presidente Bolsonaro e foi responsável por tirar o ex-presidente Lula “do prumo”.
Na ocasião, em encontro “mais duro”, Lula e Bolsonaro protagonizaram diversas cenas de troca de acusações de corrupção e ofensas. Em pouco mais de 40 minutos, ambos dominaram as falas, com as trocas de acusações e, consequentemente, os direitos de respostas em que mais acusações eram feitas. Ao todo, Lula recebeu quatro direitos de resposta e, Bolsonaro, três.
No entanto, apesar dos diversos direitos de resposta pedidos por Lula contra Bolsonaro, o momento que realmente tirou o ex-presidente do “prumo”, foi no embate com o Padre Kelmon, apadrinhado por Roberto Jefferson, o candidato cumpriu o papel de cabo eleitoral de ajir Bolsonaro. Enquanto Kelmon vinculou Lula a escândalos de corrupção e ao governo da Nicarágua, o petista o chamou de “impostor” e candidato “laranja”, fatos que fizeram os dois serem interrompidos mais de uma vez pelo apresentador, William Bonner.
Já no segundo turno, o debate realizado pela Band, em 16 de outubro, contou com formato inovador, possibilitando um embate direto entre os candidatos. Na ocasião, mais uma vez, Lula e Bolsonaro trocaram numerosas acusações, sobretudo, relacionadas às denúncias de corrupção contra Lula, por parte de Bolsonaro, e à gestão da pandemia feita pelo atual governo, por parte de Lula.
De modo geral, o encontro ficou marcado pelo pouco número de propostas apresentas e contou mais exaltações de medidas tomadas por cada um dos candidatos ao longo dos respectivos governos.
Se o petista buscou falar sobre temas ligados à educação e inclusão de classes sociais mais baixas na sociedade brasileiras, além da pandemia da Covid-19, o atual presidente focou na corrupção, sobretudo na Petrobras.
No terceiro bloco, houve o momento mais marcante do debate, quando o petista administrou mal o tempo, e fez com que Bolsonaro tivesse cerca de cinco minutos para falar livremente. Na ocasião, o presidente escolheu falar sobre governos de esquerda na América Latina, como Nicarágua e Venezuela.
Mais Lidas
Nenhuma postagem encontrada.
Política
Sem Bolsonaro, manifestação contra Lula e Moraes fica esvaziada
Ministro da Guerra israelita, Benny Gantz, renuncia ao cargo
Conservadores lideram eleições para o Parlamento Europeu na Alemanha
Gilmar interrompe julgamento que pode levar Collor à prisão
Ministra da Argentina diz não saber sobre foragidos do 8 de janeiro
Nem todas as áreas se resolvem com liberalismo, diz Silveira
Últimas Notícias
Defesa Civil alerta para novas chuvas no RS nesta semana
De acordo com o comunicado, tanto a Defesa Civil quanto a Sala de Situação do estado monitoram o avanço de uma frente fria
Sem Bolsonaro, manifestação contra Lula e Moraes fica esvaziada
Ato reuniu um número mais tímido de pessoas do que os convocados pelo próprio ex-presidente
Goleada do Cuiabá sobre Criciúma deixa Vitória na lanterna do Brasileirão
Foi a primeira vitória da equipe mato-grossense na competição
Kleber Bambam diz que foi ‘o maior fenômeno do BBB no geral’
Influencer venceu a primeira edição do reality, em 2002
ANS cobra esclarecimentos de plano de saúde sobre suspensão de vendas
A partir de 1º de julho, os clientes da Golden Cross passarão a ser atendidos na rede credenciada Amil
Em partida contra o México, Endrick iguala recordes de Pelé, mas rejeita comparações
Atleta marca com a camisa da Seleção Brasileira em três jogos consecutivos antes dos 18 anos
Prefeituras da Bahia receberão primeiro repasse do FPM de Junho com alta de 30%
Valor supera expectativas e impulsiona os cofres municipais
Lulu Santos tem “plena recuperação” após crise de gastroenterite, diz boletim
Previsão é que cantor tenha alta nesta segunda-feira (10)
Após derrota, o presidente da França dissolve parlamento e antecipa eleições legislativas
Em resposta a resultados desfavoráveis nas eleições do Parlamento Europeu, Macron busca renovar a Assembleia Nacional com novas eleições
Bahia Farm Show começa nesta segunda com expectativa de público recorde
Solenidade de abertura contará com a presença de autoridades e representantes do agronegócio nacional