Estados do Nordeste querem barrar fuga da Petrobrás

Os governos dos nove estados nordestinhos se articulam para travar ao menos em parte a redução da presençca da Petrobrás na região, informou nesta segunda-feira (2) a Folha de S. Paulo. A articulação do Nordeste começará pelo Congresso Nacional.

Presidida por Roberto Castello Branco – nome indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes -, a estatal pode se retirar integralmente da região. Na semana passada, a companhia arrendou as unidades da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) da Bahia e de Sergipe. O plano de desinvestimentos da Petrobrás já inclui a venda do controle acionário das refinarias Landulpho Alves (BA), Abreu e Lima (PE) e a fábrica de lubrificantes Lubnor (CE). A Folha informou o arrendamento do terminal de regaseificação na Bahia, inaugurado há cinco anos, está no radar.

“Estamos extremamente preocupados com o que já foi feito e com o que ameaçam fazer. Nos parece uma completa venda e fechamento de ativos da Petrobras na nossa região”, afirmou o governador Rui Costa, à Filha (PT). O temor é de que a debandada da petrolífera afete o emprego e também indústrias da cadeia petroquímica da região.

A principal frente de atuação será o Congresso Nacional, onde tramitam projetos de lei que condicionam a venda de ativos estratégicos da Petrobras à autorização do Senado e da Câmara dos Deputados. A possível aprovação de uma lei desta natureza poderia travar a venda de ativos no Nordeste. A estratégia é reunir na ação política a oposição, independentes e até governistas das bancadas dos nove estados nordestinos.