Empresário acusado de elo com o PCC participou de evento beneficente com Bolsonaro

O empresário Fredy da Silva Gonçalves Bento, conhecido como Fredy Restrito, postou em sua página particular no Instagram, uma foto ao lado do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), durante um evento beneficente no estádio da Vila Belmira, em Santos.

Segundo a Polícia Civil paulista, Fredy é responsável pela lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) e apontado como o braço direito do criminoso André do Rap, responsável pelo envio de toneladas de cocaína do Porto de Santos para a Europa.

André do Rap foi preso em setembro de 2019 numa operação que envolveu mais de 30 policiais, mas foi agraciado graças à decisão do ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, que seguiu um novo regramento sobre prisões preventivas, deixando o presídio de Presidente Venceslau pela porta da frente e desapareceu.

Em inquérito instaurado contra Fredy, o empresário acusado de chefiar a lavanderia do PCC teve seu nome inserido em uma caderneta, contendo várias anotações cifradas de dados da contabilidade da organização criminosa, encontrada com o traficante conhecido como Baianinho preso em 2017.

Ninguém sabe como o suposto contador do PCC foi parar na posição de centroavante da partida que antecedeu a que foi disputada pelo presidente da República. Muito menos o GSI, que tem por função cuidar da segurança do mandatário e dos familiares dele.

O presidente do Santos, Andrés Rueda, disse, pelo WhatsApp, que “o evento foi organizado pela equipe do Narciso como todos os anos. O Santos somente cede o campo”.

Já organizador do evento, o ex-zagueiro Narciso dos Santos, afirmou que este ano a escalação dos dois times foi “terceirizada” para o empresário Rodrigo Jaka.

Até o momento, ninguém assumiu a autoria da escalação dos times que disputaram a preliminar e a partida principal. Na relação que foi entregue aos jornalistas não há o nome do jogador que vestiria justamente a camisa 10 do Time Azul, o rival da equipe de Bolsonaro.