Empossada, nova presidente da Caixa diz que deve afastar 26 consultores do gabinete de Pedro Guimarães

Empossada nesta terça-feira (5) como presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques afirmou que deve afastar 26 consultores estratégicos que integravam o gabinete do ex-presidente do banco, Pedro Guimarães.

A posso ocorreu em cerimônia fechada, que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ela assumiu após o ex-presidente do banco, Pedro Guimarães, pedir demissão, acusado de assédio sexual e moral por funcionárias.

Durante discurso na cerimônia, Bolsonaro disse que, apesar da mudança na presidência da Caixa, o banco não terá uma “nova era”.

“Não começa uma nova era aqui na Caixa, a Caixa continua. [O banco] Tem agora uma presidente, que é competente, que mostrou lá atrás o seu valor, que lutou, que se empenhou. É difícil a gente ver mulher na economia. É difícil. Cuidado, hein, Paulo Guedes. Mas a Dani, o espaço da mulher é em qualquer lugar. Não precisa botar cota para mulher, ela vai pelos seus próprios méritos. Ela, eu tenho certeza, que fará vocês se orgulharem mais ainda da Caixa Econômica Federal”, disse.

“Cada líder impõe seu estilo”

Na segunda-feira (4), o chefe de gabinete e cinco consultores estratégicos de Pedro Guimarães foram afastados. Ocupantes deste cargo atuam no assessoramento e são ligados diretamente ao gabinete da Presidência da Caixa.

“Então, tanto o chefe de gabinete como cinco consultores estratégicos já foram afastados. Eu estou desenhando a estrutura que me atende e que atende ao meu modelo de gestão. Eu gosto de fazer a gestão descentralizada, temática, nuclear, mas conto com uma estrutura de 26 consultores estratégicos no gabinete, então possivelmente todos serão afastados”, antecipou Danielle.

A nova presidente da Caixa afirmou ainda que os funcionários não serão afastados “necessariamente por conta do episódio”, mas que “é um movimento natural” e que “cada líder impõe o seu estilo de gestão”.

Daniella Marques afirmou também que a política de integridade e prevenção a assédios do banco estatal será totalmente revista.

Segundo ela, a apuração das denúncias será feita por órgãos de controle da empresa e também por uma empresa de investigação independente, contratada pela Caixa.

“Por ora, o que tinha que ser feito ligado ao episódio já foi feito. Se aparecerem outros indícios, eventos ou pessoas, [o caso] será conduzido com a mesma postura. Mas daqui para frente, a partir de amanhã [quarta, 6], a gente está focado em criar tudo que a gente precisa para criar um ambiente independente, rigoroso e seguro de apuração”, afirmou Daniella Marques.

A nova presidente da Caixa também disse que as investigações das denúncias das funcionárias seguirão em sigilo para preservar a privacidade dos envolvidos.

* Com informações do Portal G1