“É uma temeridade fazer uma abertura sem as garantias dos critérios da OMS”, diz Alice Portugal sobre volta às aulas

A volta às aulas na Bahia continua sendo tema de debate entre congressistas, gestores e professores. Em entrevista ao Portal M!, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) comentou as últimas medidas tomadas pelo poder público estadual e municipal. De acordo com a parlamentar, uma volta às aulas nesse momento pode ser uma ameaça a saúde de professores, alunos e funcionários.

No domingo (18), o governo da Bahia autorizou a retomada das atividades letivas, de forma semipresencial, para escolas públicas e particulares de 19 cidades. Nos outros 398 municípios, as aulas continuam suspensas até 26 de abril. Já em Salvador, as aulas presenciais estão suspensas desde o dia 18 de março de 2020. Porém, o prefeito Bruno Reis (Dem) falou que pensa na possibilidade de retomar a discussão sobre a volta das aulas presenciais da rede municipal.

“Eu acho o que tem que prevalecer a defesa da vida. Enquanto os profissionais da educação não estiverem imunizados, tivermos as escolas em condições de recepcionar os alunos, com janelas, álcool em gel, conectividade para os alunos e para os professores que têm comorbidades não podemos colocar as escolas em funcionamento”, disse Alice Portugal.

“Todos nós queremos escolas funcionando, mas você não pode colocar as escolas em funcionamento tendo como contrapartida a possibilidade de adoecimento de professores, alunos, funcionários e pais de alunos”. 

Alice Portugal falou ainda que  é uma temeridade fazer uma abertura sem as garantias de manutenção dos critérios da OMS. Para ela, há de se garantir primeiro a vacinação de professores e demais funcionários. 

“Os países que abriram colocaram ônibus escolares específicos e os professores foram vacinados. Aqui não, estamos atrasados nas vacinas. Então é uma temeridade fazer uma abertura sem as garantias de manutenção dos critérios da Organização Mundial de Saúde para proteção da vida”, disse. 

A Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que tem representantes dos 417 municípios da Bahia, autorizou a inclusão de profissionais da Educação, com idade a partir de 55 anos, na lista de prioridades da vacinação contra a Covid-19.

A autorização foi publicada em Diário Oficial. De acordo com o governo do estado, ao todo, o público-alvo da área de educação contempla 222 mil trabalhadores que serão vacinados de forma escalonada. Porém, antes de iniciar a vacinação desse grupo, os municípios devem finalizar a etapa de vacinação dos idosos com mais de 60 anos.