“É ridículo criticar e votar a favor”, diz único deputado petista a se posicionar contra PEC dos Benefícios

Dos 56 deputados do PT que criticam o caráter eleitoreiro da PEC do Benefícios , apenas Frei Anastácio, da Paraíba, votou contra a proposta na Câmara dos Deputados.

Segundo o parlamntar, a decisão foi tomada em caráter pessoal, contrariando o posicionamento do partido na Câmara – cujo líder, o pré-candidato à Presidência, Luis Inácio Lula da Silva, já chamou a proposta de “eleitoreira” várias vezes.

“É ridículo você discutir que [a PEC] não presta e, ao mesmo tempo, aprovar. Que coerência é essa? Isso é oportunismo”, afirmou Frei Anastácio, descrevendo exatamente a atitute que o PT tomou durante as votações.

“‘Não presta, mas eu vou aprovar porque o povo está com fome’. Ora, isso eu vou discutir com a população na campanha”, acrescentou o deputado.

Dos 56 representantes petistas na Câmara, só Frei Anastácio votou contra a PEC dos Benefícios. Outros sete deputados do partido – incluindo a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, e o ex-presidente do PT, Rui Falcão – não votaram.

Frei Anastácio disse que não comunicou seu voto contrário ao líder do partido, mas acrescentou que ninguém pediu para ele votar a favor. Ele ressaltou ainda que, mesmo que pedissem, sua consciência não lhe permitiria.

O parlamentar criticou ainda a postura do Congresso que, segundo ele, se curvou ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) para aprovar um benefício válido somente até o final do ano. “É vergonha, compra de voto com recurso público”, disparou.

O PT se posicionou contrário ao texto, criticou a forma, mas desde as negociações no Senado reconhecia que não teria como não dar os votos pela aprovação, pelo receio de negar benefícios à população em um momento de crise econômica.

A proposta, que libera benefícios sociais ao custo de mais de R$ 41 bilhões a menos de três meses da eleição, passou pelo Senado e teve seu texto-base aprovado em segundo turno na Câmara nesta quarta-feira (13), com o apoio do governo e da oposição.

* Com informações da Folha de São Paulo