Datafolha: 76% dos brasileiros acham que Bolsonaro deve sofrer impeachment se desobedecer a Justiça

Após o ato de cunho golpista no feriado de 7 de setembro, o risco de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sofrer impeachment aumentou, pelo menos para 76% dos brasileiros, segundo pesquisa do Datafolha. Durante o ato, Bolsonaro afirmou que não iria cumprir quaisquer ordens judiciais do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, o que pode constitui crime de responsabilidade, ou seja, passível de processo de impeachment.

De acordo com o Datafolha, a pesquisa foi realizada em 190 cidades, com 3.667 eleitores, de 13 a 15 de setembro. A  margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos. Ainda conforme as informações divulgadas neste sábado (18), no site da Folha, 21% dos entrevistados acreditam que o presidente não deveria ser punido nessas circunstâncias, e 3% não souberam opinar.

No 7 de setembro, Bolsonaro participou de dois grandes protestos e não economizou ameaças. Os insultos tiveram  como alvo principal Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake News no STF.

No primeiro ato, em Brasília, Bolsonaro disse que o presidente do Supremo, Luiz Fux, deveria “enquadrar” Moraes, sob pena de ver uma intervenção em seu Poder. Pouco depois, já em São Paulo, ele seguiu reforçando a desobediência contra o Supremo.

“Nós devemos sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade. Dizer a vocês, que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou”, afirmou o presidente.

Ainda conforme a publicação, 86% dos jovens, 82% dos mais pobres e 94% dos que reprovam o presidente defendem o impeachment.

Em contrapartida, 32% não veem necessidade de um processo de afastamento. Esta avaliação é compartilhada por 39% dos empresários (39%) e 59% dos que aprovam o desempenho de Bolsonaro.