Consultor defende planejamento estratégico na gestão pública

É de extrema importância que um gestor municipal trace um planejamento estratégico, principalmente quando envolve promessas feitas na campanha eleitoral. Isso fará que a administração pública obtenha êxito, além de diminuir crises.

De acordo com diretor da Damicos, Fábio Rocha, que também é idealizador do programa de mentoria política e gestão pública, a primeira ação de um prefeito, quando assume, é entender o significado do planejamento.

“O planejamento é o mínimo. Sem ele, a chance é pendendo a zero da gestão ter sucesso. Não tem milagre, o contexto [da administração pública] é complexo, difícil, e o planejamento é a única forma de equilibrar a balança. Porque quanto menos eu tenho para qualquer coisa na vida, inclusive para o ambiente organizacional, a única saída é o planejamento”, afirmou o profissional, nesta quinta-feira (13), durante o Ciclo de Webinars de Gestão Pública Municipal do A Tarde, mediado pelo editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra.

Fábio Rocha chamou atenção para a importância do desenvolvimento de uma cultura forte de planejamento nas prefeituras. Para ele, um elemento importante é a ideia de um planejamento estratégico de longo prazo, que vá além do mandato. Ele ressalta que essa cultura é impossível de ser alcançada sem o engajamento do prefeito.

“[O prefeito é] um grande fio condutor da cultura do planejamento.  Muitas vezes, ele não sabe nem o que fazer no dia seguinte. É importante conscientizar do significado da cultura do planejamento”, observa.

Entre os impactos da inexistência dessa cultura, segundo o profissional, estão a falta de clareza da prioridade da gestão, de engajamento com os secretários, gestores e servidores da prefeitura, além de outros problemas.

E ele mandou o recado: “Você, prefeito, que ainda não fez o mínimo de planejamento acorde, porque aquilo que começa errado, termina errado”.

Planejamento financeiro 

Outro fator importante para a administração pública é o planejamento orçamentário e financeiro na gestão. Roberto Soledade,  diretor da Afinco Consultoria e Assessoria, diz que pensar nisso é fundamental para a administração, porque é o mecanismo que permite ao prefeito  organizar a própria atuação.

No Webinar do A Tarde, o profissional informou que a Lei Orçamentária Anual (LOA), um dos instrumentos de planejamento, é a norma principal do dia a dia da contabilidade da Secretaria de Financia e Fazenda dos municípios. “É a dinâmica onde as ações governamentais acontecem”, definiu. 

“Na realidade prática, o que vale é a Lei Orçamentária Anual. É uma lei que estima a receita e fixa a despesa. Ela trabalha no binômio ‘receita x despesas’. Aí começam os grandes complicadores da gestão pública”.

Roberto explicou também os meios de receita nos municípios, como as tributárias, as vinculadas, as transferências voluntárias, de serviço e outras. “A carteira do gestor está aí”, orienta. 

Um fator que o profissional chama atenção na fixação das despesas é a folha de pagamento dos servidores. Segundo ele, os municípios não podem gastar mais do que 60% nesta folha. 

“A administração é obrigada a cumprir o orçamento, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade. Essa é a razão de ser do poder público”, finaliza.

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