Com vistas à presidência em 2022, Doria reage a resistências no PSDB e campanha por Tasso Jereissati

O governador de São Paulo, João Doria, intensificou as conversas com líderes do PSDB nos Estados e montou um núcleo de trabalho voltado para articular a disputa de 2022, apesar das resistências do próprio partido e a predileção até mesmo do presidente da sigla, Bruno Araújo (PE), pelo nome do senador Tasso Jereissati (CE) para a disputa à presidência.

“Tasso é um quadro importante e bem-vindo, mas estamos preparados para as prévias e trabalhando”, disse o presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional de São Paulo ao jornal Estado de S.Paulo.

Porém, o parlamentar tem dito que não está disposto a disputar prévias e que só aceitaria ser candidato caso fosse por consenso. O senador cearense, que deve ganhar mais espaço como membro titular da CPI da Covid, costuma dizer que a “preferência” é dos governadores, mas até agora não descartou a ideia de ser presidenciável.

“Nunca me coloquei como candidato. Não estou pleiteando. Não é um projeto de vida meu chegar à Presidência”, disse ele ontem em entrevista à GloboNews. “Se me apresentarem como alternativa, é uma coisa para amadurecer, mas não me sinto como candidato”, afirmou o senador.

A predileção de Araújo pegou Doria de surpresa, uma vez que ele e Tasso se falam com frequência. O governador foi, nos bastidores, um ativo defensor da entrada do senador para a CPI. O gestor paulistano escalou interlocutores para ir aos Estados e tem recebido tucanos no Palácio dos Bandeirantes. Em outra frente, o governador criou um grupo de colaboradores para preparar o terreno para 2022.