Com propostas para mudar Salvador, candidatos pelo Novo tentam uma vaga na Câmara pela primeira vez

Pela primeira vez, o partido Novo vai concorrer às eleições municipais em Salvador, na tentativa de buscar uma das 43 vagas na Câmara de Vereadores. Ao todo, serão 16 nomes que vão disputar o pleito no dia 15 de novembro. A equipe de reportagem do Portal M! conversou com três deles para falar sobre as propostas que possuem, expectativas para a eleição e uma análise da politica soteropolitana: André Quadros, Vastiane Evelise e Léo Magalhães. Além do partido que são filiados e das propostas inovadoras, os três têm algo a mais em comum: eles nunca tentaram uma vaga no Legislativo Municipal. 

“Eu decidi entrar para a política porque estava muito indignado com os casos de corrpução. A gente vê muito crime na televisão, uma sensação de insegurança muito grande. Assim, eu percebi que é preciso fazer alguma coisa pela cidade e não podemos nos furtar dessa responsabilidade de dar ao cidadão mais progresso, de dar uma cidade mais produtiva. E enxerguei no partido Novo uma forma substancial de mudar esse cenário”, afirmou André Quadros.

Entre as propostas dele estão: simplificação e redução de tributos; redução da burocracia; lutar pela isenção da TFF para estabelecimentos com sede virtual ou de baixo risco; e entregar o mandato com menos previlégios do que ele venha a receber, caso seja eleito este ano.

Além disso, se ocupar uma das 43 cadeiras da Câmara, ele terá como compromissos doar 25% do salário de vereador para instituições de caridade, redução da equipe de assessores de 20 para seis e abrir mão de carro oficial, motorista, vales e auxlíos, além da redução de 50% da verba de gabinete.

“Minha campanha será enxuta, quem quiser apoiar será muito bem-vindo, mas vai ser um apoio de ideias, propostas, sugestões e opiniões, pela pessoa realmente acreditar que eu vou trabalhar por ela na Câmara de Vereadores. Nós, do partido Novo, não fazemos parte nem da base e nem da oposição ao prefeito. Defendemos uma democracia na qual os poderes sejam independentes”, salientou Quadros.

Foco na Educação Básica

Outra postulante a vereadora pela sigla é Vastiane Evelise, que é dentista e empresária. No programa dela, as principais ações estão nos setores de emprego e renda, redução de impostos, saúde bucal, fim dos privilégios políticos e foco na educação básica.

Neste último, entre as ideias estão inclusão social através do esporte e cultura, com atividades no contraturno; revisão total de todo o equipamento para iniciação esportiva na escola, visando proteção das crianças; e mudanças na grande curricular para estimular o empreendedorismo e a volta do ensino de educação moral e cívica.

“Decidi entrar a política no ano passado, quando fazia doações para mendigos, com grupo. Foi quando tive contato com a verdadeira pobreza que existe nas ruas de Salvador. Percebi que entra ano e sai ano trocam-se os partidos e os políticos e tudo continua como está. Só mesmo cidadãos comuns como nós, que sentimos dificuldade em montar o próprio negócio em Salvador, ter funcionários, pagar impostos e não ver nenhuma contrapartida é que temos condições de mudar a atual política que aí está”, afirmou.

Ao M!, ela também fez uma análise do atual cenário político da capital baiana. “Ele não é favorável aos pobres. A gente precisa dar mais importância ao capital humano do que obras, sendo que muitas delas estão se repetindo, por não serem feitas. A gente precisa que a população de Salvador tenha oportunidades, com acesso a educação básica de qualidade, a cursos profissionalizantes e de capacitação. Tem que ter atração para que os investidores tragam as suas empresas para Salvador e gerem empregos”, disse Vastiane.

“Leis bobas”

O terceiro dos candidatos pelo partido Novo e foi ouvido pelo Portal M! é Léo Magalhães. Uma das principais queixas dele, além das relatadas pelos demais, é a quantidade de leis que perderam a validade, consideradas por ele como “bobas” e que precisam ser modificadas pelos parlamentares na Casa Legislativa.

“Tem muita lei boba, que é antiga, não funciona mais e precisa ser modificada. E, muitas vezes, como as vagas de vereadores serem preenchidas por pais e tios dos que agora estão, e essas leis terem sido criadas nesse período, existe um respeito mútuo para que essas leis não sejam mexidas. Porém, acredito que seja uma ferida que temos de mexer um pouco”, disse.

Além disso, ele elencou como um dos principais pilares da campanha dele a maior participação da iniciativa privada no setor público, citando como exemplo o projeto “Salvador Mais Limpa, Salvador Mais Linda”, elaborado pelo próprio. Porém, ele relatou as dificuldades encontradas antes a apresentação de projetos do tipo junto ao poder público.

“Tentei fazer ele acontecer enquanto pessoa física, mas não consegui o apoio necessário. Vi que a máquina pública realmente é lenta, impõe certas dificuldades que somente quem está dentro consegue mudar isso. Por outro lado, vejo que existe pouca transparência no que se trata das contas dos vereadores e do prefeito. Na Câmara dos Deputados, você encontra isso com facilidade, diferente daqui de Salvador. E, mesmo quando a gente solicita, as vezes não recebe. Nesse sentido, acho muito importante facilitar a fiscalização pública, como dos próprios políticos e o Poder Executivo”, analisou Léo Magalhães.