Capitão Alden diz que sua punição na Assembleia Legislativa feriu a Constituição Federal

Suspenso pela Comissão do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), do mandato do deputado estadual, pelo prazo de 30 dias, o Capitão Alden (PSL) disse no programa Política na Mesa, da TV Câmara, que os parlamentares não respeitaram a Constituição Federal.

“A democracia é assim, todos tiveram o direito e votaram de acordo com suas convicções. Mas repito, esse caso não mereceria esse tipo de recomenda. Poderia ter outros tipos de mecanismos, até mesmo uma advertência. O artigo 51 da Constituição Federal é claro, enquanto estiver no exercício da atividade parlamentar nós temos direito a voto e opiniões e isso não foi respeitado à minha condição”, ressaltou.

Alden disse ainda que a punição não o atinge somente e sim, uma sociedade que fica neste período “sem uma das figuras que mais batem no Governo do Estado”.

“A partir do momento que sou eleito para um cargo de quatro anos e deixo de atuar por 30 dias, inclusive sem salário, é uma perda para a sociedade, porque ela está neste momento, sem uma das figuras que mais batem no Governo do Estado, o que mais tem denunciado corrupção, o que mais tem denunciado supostas falcatruas e irregularidades nas compras dos respiradores”, disse.

Apesar da punição, o parlamentar avalia a punição como um “processo natural”.

“Vejo como um processo natural. Uma causa decidida de forma majoritária para essa punição. Vivemos em uma democracia onde todos puderam externar seus posicionamentos”, disse.

“A minha atuação continua sendo como sempre fui, respeitando a lei e todos os princípios morais e éticos, não só no meu mandato, mas como na minha profissão. Não respondo por nenhum processo por corrupção ou qualquer outra medida que desabone a minha conduta enquanto parlamentar”, completou.

Ele disse também que não acredita que a decisão tenha sido em decorrência por ser um militar.

“Acredito que essa punição não veio em decorrência por eu ser um policial militar. Nós temos uma ideia completamente equivocada das pessoas que vêm da polícia como se fossem ditadores ou pessoas que não fizessem impor a ordem”, pontuou.

“Pela primeira vez na história da Bahia um parlamentar ter sido suspenso, sem ser por corrupção ou outra prática deletéria ou que venha manchar minha honra”, ressaltou.

Questionado sobre o que realmente motivou seus pares a votarem à favor da punição (49 votos a 4), Alden acredita que houve um somatório de ações pelo que ele vem desenvolvendo no mandato.

“Acredito firmemente que o que pesou na decisão do colegiado como um todo foi um somatório das ações que venho desenvolvendo ao longo do tempo. Basta pegar as entrevistas do próprio líder do governo, deputado Rosemberg, ele sempre fala que eu tenho atacado o governador e que sou reincidente na prática de acusar deputados, mas não diz o porquê eu acusei anteriormente os deputados”, bradou.

“Aliás, a única vez que acusei deputados foi no MPF quando ofereci uma notícia crime para que, este sim, que é dono da ação, pudesse averiguar se aquelas informações caberiam algum tipo de apuração”, continuou.

O deputado revelou ainda que seu pedido para abertura de uma CPI na AL-BA, no caso da compra dos respiradores pelo governo baiano não foi apreciado.

“Fui o único parlamentar a sugerir à presidência para convidar o secretário Fábio Vilas-Boas para prestar esclarecimentos sobre todos os fatos atrelados à compra dos respiradores e até hoje a casa nunca apreciou”, revelou.

“As pessoas que justificam minha punição, teria dado não em função pelo que eu teria dito, mas fica claro que a punição se deu por conta das minhas práticas enquanto parlamentar. Fui o único parlamentar estadual que sugeriu para a presidência da casa um pedido de CPI contra o governador do Estado e até hoje não foi apurado”, finalizou.

Confira entrevista: