Câmara dos Deputados aprova urgência a projeto que pune institutos de pesquisa
Relator integra a base governista e quer construir um texto de consenso para levar a plenário ainda nesta semana
A Câmara aprovou nesta terça-feira (18) um requerimento de urgência para o Projeto de Lei que pune empresas que fazem pesquisas eleitorais. O texto foi aprovado com 295 votos favoráveis, 120 contrários e uma abstenção. A base do governo quer votar o mérito do PL ainda nesta semana, mas parte da base governista, como o Republicanos, prefere deixar para depois das eleições.
A urgência é uma maneira de acelerar a tramitação de um projeto e permite que ele seja votado diretamente pelo plenário, sem ser analisado por comissões.
O deputado Paulo Martins (PL-PR), da base bolsonarista, será o relator da iniciativa e ficará com a tarefa de construir um texto de consenso que tenha votos para ser aprovado pela Câmara. De acordo com ele, o trecho que determina a prisão dos responsáveis por pesquisas que não acertarem o resultado das eleições estará fora do projeto.
“Um texto será construído em acordo. Está descartada a criminalização”, declarou ao Estadão. A ideia é que a punição seja feita por multa.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem se empenhado em acelerar a tramitação. O deputado afirmou haver o compromisso com líderes partidários de tratarem do mérito do texto quando houver um acordo mínimo possível.
“Não haverá açodamento, mas tem que haver um start em relação à disposição de trazer esse assunto com a urgência que ele requer dado o histórico de três, quatro eleições com erros repetidos causando prejuízo à democracia brasileira”, declarou.
Paulo Martins pretende votar o projeto ainda nesta semana. A avaliação é que na semana que vem, por ser a reta final antes do segundo turno das eleições, não haverá tempo hábil para analisar o texto.
Lira adotou uma manobra para poder colocar o projeto diretamente no plenário e ressuscitou um requerimento de 2014, protocolado no dia 7 de outubro, logo após o primeiro turno das eleições daquele ano, mas que nunca havia sido votado.
Na sessão desta terça-feira, PL, PP, União Brasil, PSD, Republicanos, PSC, Solidariedade, Avante, Patriota, PROS, PTB, PSDB, Cidadania e Novo orientaram a favor. PT, PSOL, PCdoB encaminharam contra, enquanto PDT e MDB liberaram as bancadas.
Inicialmente, a base governista tentou recolher assinaturas para que um texto de autoria do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), fosse votado, mas apenas PL, PP, União Brasil e PSC apoiaram, bancadas que somadas não atendem o requisito para que a urgência seja apreciada.
Partidos de esquerda, de centro-direita, e até parte da base governista, como o Republicanos, não endossaram o pedido.
A solução encontrada foi votar um requerimento de 2014, feito para acelerar um projeto do deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR), e que tem assinaturas até de deputados da esquerda, como Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Ivan Valente (PSOL-SP).
Antes da votação, Jandira disse que o texto endossado por ela há oito anos não é mesmo que o governo Bolsonaro quer aprovar. “Não era esse projeto, vamos encaminhar contra”, declarou.
Políticos que não exercem mais o mandato de deputado, como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que era líder do MDB em 2014 e hoje está no PTB, e o senador Marcos Rogério, que estava no PDT e hoje é senador pelo PL, também estão entre os que assinaram na época.
A iniciativa ainda não tem um texto definitivo. O projeto de Ricardo Barros foi unido ao de Rubens Bueno. Enquanto o texto do líder do governo regulamenta a prisão, que pode ser de até dez anos para quem não conseguir prever os resultados das eleições, dentro da margem de erro, a iniciativa do deputado do Cidadania define multa, que pode chegar a até R$ 1 milhão. Hoje, vai até o limite de R$ 106 mil.
Mesmo não assinando a urgência do projeto de Barros, o líder do Republicanos, Vinicius Carvalho (SP), disse que votou a favor do requerimento analisado nesta terça. O deputado prega que a análise não seja feita de forma apressada.
“O mérito será para depois das eleições”, declarou. Apesar disso, Paulo Martins, o relator do projeto quer votar o quanto antes. “Deve votar antes da eleição”, afirmou.
Se aprovado pelos deputados, o texto não terá o mesmo tratamento célere no Senado. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já disse que o projeto não será colocado diretamente na pauta do plenário e precisará ser discutido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Além disso, Pacheco também afirmou que o texto é “absolutamente inadequado porque pune muito severamente um erro”.
Números divergentes no 1º turno
O movimento contra as pesquisas eleitorais é capitaneado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). O discurso contrário aos institutos se intensificou no último dia 2, quando ocorreu o primeiro turno da eleição e o presidente obteve um resultado melhor do que o indicado pela maioria das pesquisas.
Dentro do esperado pela maior parte dos levantamentos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu 48% dos votos válidos. Bolsonaro, no entanto, obteve 43%, resultado que ficou fora do intervalo da margem de erro e bem acima das intenções de voto divulgadas na véspera pelos institutos de pesquisas.
Houve, ainda, números bastantes diferentes daqueles aferidos pelas pesquisas quando se apuraram os votos para governador e senador. O próprio relator do projeto é um dos que reclamam das pesquisas.
Paulo Martins ficou em segundo lugar na disputa pelo Senado no Paraná, eleição vencida por Sergio Moro (União Brasil). Os levantamentos indicavam Martins em terceiro lugar, muito distante de Moro e Alvaro Dias (Podemos), que liderava as pesquisas.
O deputado ficou com 29,12% dos votos válidos, pouco atrás do ex-juiz, que obteve 33,5%. Um dos argumentos dos institutos é de que as pesquisas não buscam prever os resultados das eleições, sendo apenas um retrato do momento, uma vez que o voto do eleitor é algo mutável.
Mais Lidas
Nenhuma postagem encontrada.
Política
Sem Bolsonaro, manifestação contra Lula e Moraes fica esvaziada
Ministro da Guerra israelita, Benny Gantz, renuncia ao cargo
Conservadores lideram eleições para o Parlamento Europeu na Alemanha
Gilmar interrompe julgamento que pode levar Collor à prisão
Ministra da Argentina diz não saber sobre foragidos do 8 de janeiro
Nem todas as áreas se resolvem com liberalismo, diz Silveira
Últimas Notícias
Defesa Civil alerta para novas chuvas no RS nesta semana
De acordo com o comunicado, tanto a Defesa Civil quanto a Sala de Situação do estado monitoram o avanço de uma frente fria
Sem Bolsonaro, manifestação contra Lula e Moraes fica esvaziada
Ato reuniu um número mais tímido de pessoas do que os convocados pelo próprio ex-presidente
Goleada do Cuiabá sobre Criciúma deixa Vitória na lanterna do Brasileirão
Foi a primeira vitória da equipe mato-grossense na competição
Kleber Bambam diz que foi ‘o maior fenômeno do BBB no geral’
Influencer venceu a primeira edição do reality, em 2002
ANS cobra esclarecimentos de plano de saúde sobre suspensão de vendas
A partir de 1º de julho, os clientes da Golden Cross passarão a ser atendidos na rede credenciada Amil
Em partida contra o México, Endrick iguala recordes de Pelé, mas rejeita comparações
Atleta marca com a camisa da Seleção Brasileira em três jogos consecutivos antes dos 18 anos
Prefeituras da Bahia receberão primeiro repasse do FPM de Junho com alta de 30%
Valor supera expectativas e impulsiona os cofres municipais
Lulu Santos tem “plena recuperação” após crise de gastroenterite, diz boletim
Previsão é que cantor tenha alta nesta segunda-feira (10)
Após derrota, o presidente da França dissolve parlamento e antecipa eleições legislativas
Em resposta a resultados desfavoráveis nas eleições do Parlamento Europeu, Macron busca renovar a Assembleia Nacional com novas eleições
Bahia Farm Show começa nesta segunda com expectativa de público recorde
Solenidade de abertura contará com a presença de autoridades e representantes do agronegócio nacional