Brasil tem apresentado sinais contraditórios com relação à guerra na Ucrânia, afirma analista político

Em meio a invasão da Rússia à Ucrânia, muito tem se questionado sobre a posição brasileira no conflito que, até agora, tem gerado uma saia justa entre o Itamaraty e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem adotado discursos opostos quanto a situação.

Para o analista político, Felippe Ramos, o Brasil, de fato, vem tendo sinais contraditórios diante da guerra no Leste europeu.

“O Brasil votou, na comunidade internacional, condenando a invasão. Porém, antes da guerra, Bolsonaro esteve em Moscou dando apoio a Putin. Além disso, militares mais próximos ao presidente, que foram maioria na comitiva presidencial, apoiaram a visita, devido a um descontentamento com Washington após [Joe] Biden ignorar o Brasil”, afirmou Ramos, em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, na rádio Nova Brasil FM, nesta quinta-feira (3).

O especialista, na ocasião, ainda levantou uma questão importante: a presença do vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), “filho 02” do presidente, na comitiva. O objetivo, de acordo com Ramos, seria buscar o conhecimento dos russos em interfências eleitorais com vistas ao pleito de outubro.

Economia

Os impactos da guerra na economia também foram abordados na entrevista. Conforme o analista político, o Brasil pode sofrer com a inflação de alimentos caso a ofensiva russa se estenda por um período prolongado, uma vez que o país é grande exportador de trigo e, mais ainda, fertilizantes ao Brasil.

“Além disso, pode haver impactos de médio prazo conforme for a reação da economia internacional. É um efeito cascata que pode impactar a recuperação da economia como um todo”, alertou Felippe Ramos.

Confira entrevista: