Bolsonaro reconhece derrota na votação do voto impresso em plenário da Câmara

Defensor da implantação do voto impresso para as eleições do próximo ano, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reconhece que a proposta que modifica o sistema eleitoral brasileiro não será aprovada no plenário da Câmara. “Vai ser derrotada a proposta”, projetou o presidente nesta segunda-feira (9), em entrevista à rádio Brado. 

Sem detalhar o argumento, o Bolsonaro afirmou haver um acordo entre o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso e parlamentares. Na avaliação dele, Barroso “apavorou” os deputados para se posicionar contra o texto.

“Sabemos que tem muitos parlamentares com problemas na justiça e no Supremo [Supremo Tribunal Federal]. Aí ele [Barroso] foi para o parlamento particularmente exigindo que não aprovem o voto impresso. Barroso apavorou os parlamentares”, disse. 

Sem apresentar provas, Bolsonaro fala que há fraude nas urnas eletrônicas. Um inquérito no TSE foi aberto para apurar as ameaças do presidente à democracia, já que Bolsonaro tem repetido que sem voto impresso “não teremos eleição”.

A proposta do voto impresso deve ser rejeitada pela Câmara. Um levantamento do jornal O Globo mostrou que 15 dos 24 partidos do Congresso irão se posicionar de maneira contrária a PEC. Esses partidos têm 308 deputados. Para aprovar a proposta, são necessários 308 votos a favor de um total de 513 deputados.

O levantamento aponta que PT, PL, PSD, MDB, PSDB, PSB, DEM, PDT, Solidariedade, PSOL, Avante, PCdoB, Cidadania, PV e Rede irão recomendar que seus deputados votem contra o projeto. Apenas PLS, PROS, PSC e PTB, que juntos somam 86 deputados se pronunciaram a favor do voto impresso.