Bolsonaro é pressionado a abandonar discurso antivacina por sobrevivência eleitoral

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sido pressionado por ministros e aliados a abandonar o discurso antivacina a oito meses da eleição. Eles dizem acreditar que a condução do governo na pandemia é o principal obstáculo do chefe do Executivo em busca da recondução ao Palácio do Planalto. 

Pessoas próximas ao mandatário querem que ele se vacine e exalte feitos do governo que possibilitaram a imunização da população. Em dois anos, o Brasil ultrapassou a marca de 650 mil mortos pela Covid-19.

Com isso, auxiliares próximos tentam convencê-lo de que ele já deu publicidade as dúvidas dele quanto à eficácia da vacina, principalmente em relação às crianças. Portanto, para eles, agora Bolsonaro deveria parar de trazer o assunto à tona.

Até o ministro da Economia, Paulo Guedes, que não é da área política do governo, fez um apelo. Ele disse ao liberal que pararia de reclamar em público de propostas de reajustes para servidores públicos se Bolsonaro encerrasse as críticas à vacinação.

Em entrevista ao jornal O Globo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que coordena a campanha do pai, afirmou que o discurso a respeito da vacina trouxe desgastes para Bolsonaro.

Apesar do posicionamento antivacina de Presidente, sua administração já comprou mais de 500 milhões de doses, de acordo com informações do Ministério da Saúde.

Quem defende o silêncio de Bolsonaro nesse tema diz acreditar que este é o melhor cenário, diante da dificuldade do presidente em defender o imunizante, cuja eficácia já foi amplamente comprovada.

Outra ala mais pragmática de seus aliados condiciona qualquer possibilidade de sucesso eleitoral à adesão do presidente à campanha de vacinação.

*Com informações do jornal Folha de S.Paulo