Bacelar diz que pauta conservadora de Moro impossibilitou sua permanência no Podemos

O deputado federal e ex-presidente do Podemos na Bahia, João Carlos Bacelar, anunciou na quinta-feira (24), a sua desfiliação do partido, movida pela filiação e pré-candidatura à presidência da República do ex-juiz Sergio Moro. De acordo com ele, esse seria apenas a única razão que o motivou sair da sigla, na qual passou 20 anos. 

“A pauta do Sergio Moro é uma pauta muito conservadora e que se choca com as minhas pautas, então é impossível uma convivência política partidária”, explicou em entrevista para o editor-chefe do Portal M!, o jornalista Osvaldo Lyra, neste domingo (27).

“Foi essa única razão. Sempre tive um excelente relacionamento com a direção nacional do partido. Sempre segui as orientações, mas nesse momento, houve uma ruptura muito grande”, completa o político. 

Com a saída, Bacelar integra o PV, partido que negocia fazer parte de uma federação partidária com PT e PCdoB. “Estou empolgado com essa nova opção partidária, que tem como bandeira uma das causas mais importantes da sociedade moderna, a questão do meio ambiente. Tem muitas bandeiras que eu já defendia e que abraçava há muito tempo, estou animado”, disse. 

Eleições 2022

O parlamentar diz não ter dúvidas que a eleição deste ano será nacionalizada.  “Acredito que cada eleição, uma é mais difícil do que a outra, mas sem sombra de dúvida, essa vai ser uma eleição nacionalizada como deve ser. Talvez não tão polarizada”´, pontua. 

A nacionalização, para Bacelar favorece o candidato petista, Jerônimo Rodrigues. Para ele,  mesmo com as mudanças recentes, a base política de Rui Costa (PT) permanece forte e,  apesar da substituição do senador Jaques Wagner por Jerônimo, não houve alteração no ponto de vista ideológico do grupo. 

“Houve apenas mudança de nomes, as bandeiras continuam as mesmas”, disse ao ser questionado sobre uma possível fragilidade na base petista.

“Política a gente faz somando. Qualquer diminuição afeta o poder do grupo, mas nós somos muito fortes. Nós defendemos Lula, a redução da desigualdade social, o aperfeiçoamento da legislação trabalhista, o investimento a educação. Nós defendemos a diversidade, uma política de proteção do clima e o outro grupo [encabeçado por ACM Neto] se situa num espectro ideológico contrário a isso. Do ponto de vista ideológico não houve alteração”, completa o deputado.