Apesar de fim melancólico, Bolsonaro deve tentar voltar à Presidência em 2026

Após uma série de desacertos, inquilinato no Planalto durou apenas quatro anos de oito possíveis


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redacao 30/12/2022 08:20 Política

Do início promissor ao fim melancólico. A rápida descrição define o período em que Jair Messias Bolsonaro esteve à frente da Presidência da República, em um mandato tumultuado, que se encerra oficialmente neste sábado (31). Desde a redemocratização, ele é o primeiro a não conseguir se reeleger.

Com o controverso discurso da ‘nova política’ e do combate à corrupção, Bolsonaro – um mero deputado do baixo clero ao longo de 28 anos de atuação na Câmara – conquistou eleitores cansados de notícias nefastas sobre o tratamento dispensado à coisa pública.

O PT e seus políticos se transformaram em vilões. Nesse contexto, uma parte do eleitorado de Bolsonaro era composta de homens e mulheres cansados da ‘roubalheira’. Outro naco foi seduzido pelo discurso raivoso e de incitação à violência – aqueles que concordavam com frases do tipo ‘bandido bom é bandido morto’, ‘uma população armada jamais será escravizada’, ou ainda os que  comemoravam um ‘CPF cancelado’.

Aliás, essa parte do eleitorado é a mesma que minimizou as consequências da política adotada durante a pandemia da Covid-19, que já causou quase 700 mil mortes no Brasil. Que achou uma bobagem quando Bolsonaro, ao ser questionado sobre os milhares de mortos, disse que não era coveiro. Que resistiu à compra da vacina da farmacêutica Pfizer, o que teria, segundo cientistas, evitado muitas mortes se fosse adquirira logo no primeiro momento.

Bolsonaro viu sua popularidade despencar entre os que não normalizaram o comportamento deletério dele. Do ponto de vista da civilidade, seu governo foi um fracassso.

Ele minimizou o racismo estrutural a ponto de colocar na Fundação Palmares um homem negro que não reconhecia o Brasil como um país racista.

A Cultura tão demonizada por Bolsonaro e seus seguidores foi reduzida a uma secretaria, cujo comando mais recente ficou a cargo de um policial. O Meio Ambiente também foi encarado como algo menor na gestão atual. O mesmo foi visto na Educação, em que titulares foram denunciados por toda sorte de crime, desde falsificação de currículo até corrupção.

Entretanto, a votação expressiva de Bolsonaro – mais de 48 milhões – confere a ele a liderança da extrema-direita no Brasil. O capital político (mais eleitoral, inclusive) o viabiliza para fazer uma nova tentativa de voltar, daqui a quatro anos, à Presidência da República.

Para isso, o PL já lhe ofereceu cargos e benefícios. Por ora, o presidente que foi eleito muito em função da facada desferida por Adelio Bispo vai descansar.

Informações dão conta de que não passará a faixa presidencial a seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quebrando uma tradição que remonta ao início da redemocratização, quando Fernando Collor Mello recebeu o símbolo do poder de José Sarney. O episódio, inclusive, vai reduzir ainda mais o tamanho de Bolsonaro na história política do Brasil.

No entanto, tudo indica que ele continuará recebendo um salário bem recheado. No dia 30 de novembro, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), concedeu aposentadoria parlamentar ao presidente. 

Com isso, ele passará a receber proventos correspondentes a 32,50% do subsídio parlamentar, acrescidos de outros benefícios, o que deve superar o valor de R$ 30 mil por mês.

Atualmente, o chefe do Executivo já recebe cerca de R$ 12 mil mensais da aposentadoria como capitão reformado do Exército, além do salário como presidente da República. A renda de Bolsonaro após deixar o Planalto ainda será somada ao salário a ser oferecido pelo PL como presidente de honra do partido. O valor exato ainda não foi oficializado.

 

Derrota e reclusão

As eleições para a Presidência da República foram disputadas em dois turnos em outubro deste ano, e Jair Bolsonaro foi derrotado, por pequena margem de votos, para o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Primeiro presidente a não conseguir se reeleger desde a redemocratização, Bolsonaro optou por ficar recluso, longe das redes e sem dar declarações à imprensa. Após o resultado das urnas, o chefe do Executivo não se pronunciou nem cumprimentou Lula formalmente pela vitória.

Houve ainda uma queda vertiginosa no número de compromissos oficiais no Planalto, e suas famosas transmissões ao vivo em canais da internet deixaram de ser realizadas às quintas-feiras.

A fala oficial do presidente derrotado só veio após 44 horas de silêncio. O jejum foi quebrado com um pronunciamento que não passou de três minutos, no qual agradeceu pelos 58 milhões de votos e defendeu as manifestações pacíficas – atos de bolsonaristas que foram às ruas e bloquearam diversas rodovias brasileiras em protesto contra o resultado das eleições e com pedidos ilegais de intervenção militar.

Deixando sempre nítida sua desconfiança em relação às urnas eletrônicas, Bolsonaro acionou o presidente do PL, seu partido, Valdemar Costa Neto, para questionar o resultado da eleição. Foi solicitada a anulação de 250 mil votos recebidos apenas no segundo turno.

A reação contrária foi imediata. O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aplicou uma multa de quase R$ 23 milhões ao partido por “litigância de má-fé”.

 

Cortes orçamentários

Os cortes anunciados no fim de novembro, dias após da sua derrota nas Eleições 2022, chegam a R$ 5,7 bilhões. Mesmo recluso por dias, a famosa ‘canetada’ de Bolsonaro atingiu diversos serviços que desfavoreceram a população brasileira. Confira:

Universidades públicas

Após o anúncio do bloqueio, o Governo Federal chegou a liberar R$ 366 milhões do Orçamento, mas voltou atrás, zerando novamente a verba para despesas não obrigatórias das universidades federais e institutos federais.

Sendo uma das instituições afetadas, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) anunciou o bloqueio de R$ 13,7 milhões provenientes de recursos destinados pela Lei Orçamentária Anual (LOA) 2022.

De acordo com a universidade, os valores seriam utilizados em assistência estudantil e em despesas básicas e essenciais para o funcionamento da instituição, como o pagamento de contas de água e luz.

Bolsas da Capes

Os bolsistas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) também deverão ser afetados pela falta de verba do Ministério da Educação.

O órgão, que é vinculado ao ministério, não terá dinheiro para pagar as mais de 200 mil bolsas destinadas a alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorado, além da manutenção administrativa da entidade.

Aquisição de medicamentos

Uma das áreas mais importantes do país também sofreu com o corte de verbas pelo governo Bolsonaro estimado em R$ 3,7 bilhões. Em setembro, o programa Farmácia Popular, que distribui remédios para população carente, já tinha ficado ameaçado ao ser deixado de lado pela proposta do Orçamento de 2023. As verbas para o programa cairiam de R$ 2,04 bilhões em 2022 para R$ 804 milhões em 2023.

 

 

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