Anderson Torres é preso pela Polícia Federal ao desembarcar em Brasília
Ex-secretário de Segurança Pública do DF, que estava nos Estados Unidos, vai depor sobre atos golpistas que culminaram na invasão do Congresso, STF e Palácio do Planalto
O ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL) e ex-secretário da Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, foi preso pela Polícia Federal na manhã deste sábado (14), ao desembarcar no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília. Ele estava na Flórida, nos Estados Unidos, quando teve a prisão preventiva – por prazo indeterminado – decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Torres é alvo de investigação por omissão durante a invasão das sedes dos três Poderes, em Brasília – ele havia assumido a secretaria do DF no dia 2 e, logo em seguida, saiu de férias. No domingo (8), apoiadores radicais de Bolsonaro marcharam do Quartel-General do Exército até a Esplanada, furaram um bloqueio, sem resistência da Polícia Militar, e invadiram as sedes do Congresso, do Palácio do Planalto e do Supremo.
O ex-ministro desembarcou na capital federal às 7h18 de hoje, no voo 7749 da Gol, que chegou com uma hora de atraso. Ele embarcou na noite desta sexta-feira (13), no aeroporto de Miami. Torres estava com a família em Orlando, mesma cidade para onde viajou Bolsonaro dois antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ele comprou passagem usando apenas os dois primeiros nomes, Anderson Gustavo, como noticiado pelo blog de Natuza Nery, do Portal G1.
Ao mandar prender Torres e também o ex-comandante da Polícia Militar do DF, Fábio Augusto Vieira, Moraes disse ver “fortes indícios” de que eles foram “coniventes” com os atos golpistas em Brasília. Vieira foi preso na terça-feira (10), na capital federal.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado do cargo, por 90 dias, em decisão de Moraes já chancelada pelos integrantes da Corte.
Em uma rede social, quando ainda estava nos Estados Unidos, Torres havia dito que retornaria ao Brasil para se entregar à Justiça e preparar sua defesa. Ele negou que tenha sido conivente com os atos em Brasília.
Decreto golpista
Na terça-feira (10), a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Torres. Durante a ação, foi encontrada uma minuta de decreto presidencial impondo estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O objetivo, de acordo com o rascunho, era reverter o resultado da eleição em que Bolsonaro foi derrotado pelo atual presidente Lula.
Também nas redes sociais, Torres disse que a minuta apreendida pela PF “muito provavelmente” estava em uma pilha de documentos para descarte. Segundo ele, o material foi “vazado fora de contexto”.
Anderson Torres assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal depois de deixar o Ministério da Justiça, com o fim do governo Bolsonaro. Ele foi nomeado por Ibaneis Rocha.
Torres era o responsável pelo comando da segurança pública do DF quando a depredação de 8 de janeiro aconteceu.
Em entrevista nesta sexta-feira (13), o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que ainda não há elementos para investigar Bolsonaro no caso da minuta encontrada na casa de Torres, mas disse que a apreensão do documento “já é um fato relevante”.
“É claro que isso constará do inquérito policial, porque configura ainda mais cabalmente que existe uma cadeia de responsáveis pelos eventos”, afirmou. Durante a entrevista, Dino havia dito que pediria a extradição de Torres se o ex-ministro não retornasse ao Brasil.
Também nesta sexta, Moraes incluiu Jair Bolsonaro na investigação sobre os atos golpistas. O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República. O requerimento foi apresentado na apuração sobre a autoria intelectual dos protestos violentos de domingo.
No mesmo dia, o ministro também acatou outro pleito da PGR e determinou a abertura de inquérito para apurar supostas “condutas omissivas e comissivas” de Ibaneis, Torres, Vieira e do ex-secretário interino da pasta, Fernando Oliveira.
Torres nega conivência
Horas após os atos terroristas em Brasília, na madrugada da última segunda-feira (9), Anderson Torres se pronunciou pelas redes sociais, repudiou os ataques e negou conivência com os vândalos.
“Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos”, escreveu.
Na oportunidade, ele chamou os atos antidemocráticos de “execrável episódio”. “Em um caso de insanidade coletiva como esse, há que se buscar soluções coerentes com a importância da democracia brasileira”, afirmou.
Após a decretação da prisão, Torres informou que interromperia as férias nos Estados Unidos e voltaria ao Brasil para se entregar à Justiça.
“Hoje (10/01), recebi notícia de que o Min Alexandre de Moraes do STF determinou minha prisão e autorizou busca em minha residência. Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à Justiça e cuidar da minha defesa”, afirmou Torres.
“Sempre pautei minhas ações pela ética e pela legalidade. Acredito na Justiça brasileira e na força das instituições. Estou certo de que a verdade prevalecerá”, completou.
* Matéria com informações do Portal G1 foi atualizada às 9h56
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