Aliança pelo Brasil não vai participar das eleições em 2020
Até a última quarta-feira (26), partido validou, junto ao TSE, apenas 3.334 das 492 mil assinaturas necessárias
Faltando menos de 40 dias do prazo para que os partidos consigam o registro para disputar as eleições de outubro deste ano, membros do Aliança pelo Brasil, criado pelo presidente Jair Bolsonaro em 2019, já admitem que não vão participar do pleito.
Até a última quarta-feira (26), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia validado apenas 3.334 assinaturas – são necessárias, no mínimo, 492 mil para obtenção do registro.
De acordo com o advogado Luís Felipe Belmonte dos Santos, segundo vice-presidente e principal operador do partido, foram coletadas mais de 1 milhão de assinaturas, mas elas não foram reconhecidas nos cartórios eleitorais.
“Nossa parte foi feita, mas os cartórios eleitorais estão recusando todas as fichas com firma reconhecida. Eles alegam que não houve regulamentação. Além disso, o sistema cai toda hora. Os cartórios eleitorais não estavam preparados para um volume tão grande (de assinaturas)”, disse Belmonte, em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo.
Contudo, a corte eleitoral informou que informou que o partido apresentou um total de 66.252 assinaturas – além das 3.334 validadas, outras 48.127 estão em prazo de impugnação, 2.593 na fase de análise dos cartórios e 12.198 já foram consideradas inaptas.
Diante da dificuldade, o discurso parece ter mudado. “O presidente não está pensando na próxima eleição, mas na próxima geração. Se não der agora, não tem problema, até porque seria um risco. Não haveria tempo de, em duas semanas, formar diretórios, filiar e procurar candidatos em 5.700 municípios”, disse Belmonte.
Na avaliação do advogado, a a ausência do Aliança nas eleições de 2020 não terá peso relevante no projeto de reeleição de Bolsonaro em 2022. “O nome dele tem força e não depende de prefeitos o apoiando. O presidente deve apoiar candidatos pontuais. A lógica de ter que eleger muitos prefeitos para ter uma base na disputa presidencial foi destroçada em 2018”, afirmou.
*Com informações do jornal Estado de S.Paulo.
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