Afonso Florence diz que voto impresso é proposta de miliciano

O deputado federal e vice-líder da oposição na Câmara Federal, Afonso Florence (PT), criticou a proposta que visa implementar o voto impresso nas eleições a partir de 2022. A proposta de emenda à Constituição (PEC) irá para votação no plenário da Câmara, nesta terça-feira (10). 

A impressão do voto depositado na urna eletrônica, para possível auditoria, é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem feito ataques sem provas ao sistema eleitoral e já ameaçou agir “fora das quatro linhas” da Constituição caso a matéria não seja aprovada.

 A proposta já foi derrotada na comissão especial, mesmo assim o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidiu levar o tema ao plenário.

“Eu acho lamentável uma pauta descabida como essa nessa altura dos acontecimentos. É uma proposta de miliciano. Imagine nas áreas dominadas pela milícia se o eleitor não comprovar que votou no candidato miliciano será submetido à tortura”, avalia Florence.

“Então, o presidente da República é defensor de miliciano. E isso não é fake news, tem discurso dele. Voto impresso é uma tentativa de capturar a República pelo partido dos milicianos que é liderado por ele [Bolsonaro]. Então, eu espero que essa proposta vá para lata de lixo”, completa o deputado.. 

Distritão

Florence também criticou a aprovação pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados da proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê a adoção do modelo “distritão” como novo sistema eleitoral para 2022 e a volta das coligações nas eleições. Atualmente, o sistema em vigor no Brasil é o proporcional, onde as cadeiras de deputados são distribuídas proporcionalmente à quantidade de votos recebidos pelo candidato e pelo partido. No “distritão” são eleitos os candidatos mais cotados individualmente.

“O distritão é uma tentativa de alguns parlamentares e desse grupo de bolsonaristas de se perpetuar no poder. Se retornar a coligação como eles pretendem isso vai ser muito ruim”, avaliou.