Afonso Florence aponta “efeito Lula” como causa da mudança de postura de Bolsonaro

Horas após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticar a política de combate à pandemia do Governo Federal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apareceu, na tarde desta quarta-feira (10), usando máscara e defendendo o uso de vacinas contra o coronavírus.

Na avaliação do deputado federal Afonso Florence (PT-BA), a mudança de postura de Bolsonaro, um notório negacionista, teve mais relação com a elegibilidade de Lula, devolvida pelo ministro Edson Fachin na segunda-feira (8), do que com o aumento do número de casos e óbitos pela Covid-19 no Brasil.

“Ele [Bolsonaro] está se alinhando porque entrou no jogo agora o futuro candidato [Lula] capaz de derrotá-lo”, afirmou o coordenador da bancada do PT na Câmara. 

O parlamentar alerta, porém, para uma possível brevidade do comportamento pró-imunização e pró-máscara do presidente da República, embora ele tenha sancionado a MP das Vacinas, que facilita a compra de doses e insumos com dispensa de licitação, além de flexibilizar regras para contratos.

“Eu acho que ele [Bolsonaro] terá dificuldade de manter essa postura porque não é o comportamento natural dele. Então, em breve, eu espero que saia alguma loucura da boca do presidente”, disse Afonso Florence.  

Pesquisa eleitoral

A declaração do deputado sobre uma possível vitória de Lula nas próximas eleições de 2022 não está de acordo com a última pesquisa de intenção de votos para presidente realizada pela parceria CNN/Instituto Real Time Big Data sobre as corrida presidencial.

Segundo o estudo, o presidente Jair Bolsonaro teria 31% dos votos, 10 pontos percentuais a mais que o segundo colocado, o ex-presidente Lula (PT). A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.