Ademário Costa diz não ter nada contra a continuidade dos programas sociais por Bolsonaro, mas destaca perdas do atual governo

Após o anúncio por parte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) da prorrogação do auxílio emergencial por mais quatro meses – mas em um valor menor, de R$ 300 – o PT decidiu reagir, anunciando inclusive que vai às ruas protestar contra esta e outras medidas adotadas pela atual gestão federal que, segundo o presidente da legenda em Salvador, Ademário Costa, fazem o plano ser denominado como “Mais Miséria”.

“Não temos nada contra que seja dada sequência nas políticas públicas, mas o que a gente assiste, desde que o PT foi tirado do governo, pra cá (…) primeiro foi a PEC do teto de gastos que congelou, por 20 anos, os investimentos em saúde e educação, principalmente. Depois vieram as reformas trabalhista e da previdência. O resultado que nós temos, na atualidade, é a dimunuição estrondosa dos postos de trabalho com a carteira assinada”, analisou o dirigente. 

Em entrevista ao Portal M!, nesta terça-feira (1º), Ademário mencionou também que, há dois anos, no governo Bolsonaro, não há um aumento real do salário mínimo.

“E, na proposta de orçamento, para o ano de 2021, que foi apresentada ontem [segunda-feira] pelo Governo ao Congresso Nacional, consolida que, mais uma vez, o salário mínimo não terá um aumento real acima da inflação, quebrando a política que nós instituímos durante os governos Lula e Dilma, em que o salário tinha aumento real acima da inflação, dando poder de compra aos trabalhadores”, criticou.

Queixas também foram feitas a Bolsonaro do ponto de vista do Bolsa Família. Segundo o presidente do diretório municipal do PT, em Salvador, houve uma redução drástica dos recursos investidos no programa. 

“Quando a pandemia começou, o PT, junto com os partidos de esquerda – e reconheço que houve uma união do Congresso Nacional – lutou para garantir que o auxílio emergencial fosse de R$ 600. Mas, a nossa proposta era até de R$ 900. E o governo federal, através do presidente Jair Bolsonaro, mandou uma proposta de apenas R$ 200. Nós conseguimos derrotá-lo no Congresso e hoje ele apresenta a prorrogação do auxílio emergencial com a redução para R$ 300. Outra proposta do PT é de garantir o Bolsa Família em um valor de até R$ 640”, comentou.

Remake mal feito

Ademário Costa ainda teceu mais críticas ao programa social de Jair Bolsonaro voltado para a habitação: o Casa Verde Amarela. Conforme o dirigente, a medida é um “remake mal feito” do programa Minha Casa, Minha Vida”. 

“É mal feito porque as parcelas menos favorecidas da sociedade, que têm uma renda de até R$ 1.800, elas ficaram fora do programa que não vai chegar na ponta, naquelas pessoas que mais estão sendo prejudicadas pelo déficit habitacional no Brasil. Quando a gente pega esse conjunto de ações, eu digo que essas medidas de Bolsonaro, ao invés de ser um plano Mais Brasil é um plano Mais Miséria”, afirmou Ademário.