ACM Neto apresenta propostas para retirar gargalos e melhorar a segurança pública, educação e saúde na Bahia

O primeiro candidato ao governo da Bahia, a ser sabatinado pela rádio Nova Brasil FM, ACM Neto (União Brasil), disse na manhã desta segunda-feira (15) que, se eleito, vai fechar o cerco em torno do crime organizado. Para ele, a principal responsabilidade de combate a violência é do gestor estadual, que na avaliação dele, Rui Costa (PT) não tem feito, e, com isso, o presídio deixou de ser um lugar para o criminoso cumprir pena para se tornar o quartel general da criminalidade.

“A principal responsabilidade por enfrentar a violência é do estado, o que não vem acontecendo. A grande novidade [promessas de ACM Neto] é a mudança de postura do governador. Eu vou encarar o problema e não vou ficar procurando culpado e nem desculpas, terceirizando o problema como faz o atual governador Rui Costa e fez o ex-governador Jaques Wagner”, disparou o ex-prefeito de Salvador, que participou de entrevista com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no programa Nova Manhã desta segunda (15).

Na avaliação de Neto, a postura dos petistas à frente da governadoria do estado, resultou na onda de crimes que têm mostrado altos índices, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública que indicou, em junho, cinco cidades baianas como umas das mais violentas do país. “O resultado está aí, onde hoje há muitos territórios da Bahia que a polícia não consegue entrar porque estão dominados pelo crime. Os criminosos estão muitas vezes mais armados e equipados do que os policiais”, disse Neto.

“No interior, tem viaturas paradas por falta de combustível. Cerca de 293 cidades estão com apenas dois policiais trabalhando em esquema de revezamento; delegacias que não funcionam a menos que o prefeito dê um apoio; o presídio deixou de ser a escola para a bandidagem ser o quartel general dos bandidos. Mais da metade dos crimes acontecem a partir dos presídios”, ponderou o candidato.

“Então, vamos mudar a postura do governador e chamar para si a tarefa de enfrentar o crime na Bahia. O governador vai adotar condições para a polícia trabalhar- armada, valorizada, qualificada e com condições de trabalho. Então vai ter que ter concurso, trabalhar inteligência, presídios de segurança máxima para isolar os líderes das facções criminosas, cortar qualquer comunicação do presídio com a vida externa e lá vai ser lugar para bandido cumprir pena e não lugar para ele fazer mais banditismo, mais criminalidade como é hoje. E também fazer um trabalho integrado com o judiciário e o Ministério Público porque não adianta a polícia prender e a justiça soltar. Então, vamos colocar todo mundo na mesma mesa e ver qual é a responsabilidade de cada um e chamar o judiciário para fazer a sua parte”, pontuou ACM.

Educação

O sabatinado, além da segurança pública, falou também de outro problema pertinente ao baiano: a educação – uma vez que o estado tem sentido o amargor com a baixa pontuação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), sendo rotulado com a pior do Brasil. Neto prometeu trabalhar nas duas pontas, sendo a educação primária infantil e o ensino médio.

“Temos problemas nas duas pontas e teremos que atuar nas duas. Na primeira ponta, ajudando os municípios com um sistema permanente de apoio para ampliar a educação infantil para acompanhar com a distorção idade/série, que é altíssima hoje na Bahia”, explicou ACM, que acrescentou sobre a criação de um fundo de apoio.

“Eu vou colocar parte dos recursos de uma ação judicial que a Bahia ganhou e disponibilizou R$ 9 bilhões e vou colocar esse valor no fundo para financiar a educação junto aos municípios, como a estruturação de um modelo pedagógico para formação de professores e avaliação externa. Vamos premiar, com recursos adicionais, os prefeitos que melhor tiverem resultados na qualidade de ensino”, revelou.

“Na outra ponta, o ensino médio vai ter como regra a educação em tempo integral. Criança e jovem na escola nos dois turnos. Vamos levar conectividade, inteligência e informação. Vamos dar um tablet para cada aluno da rede estadual de educação para que o estudante, quando estiver em casa, tenha o complemento escolar, o reforço escolar e não ficar na rua como presa do crime organizado. Vamos qualificar os professores da rede estadual e levar empreendedorismo e empregabilidade para a rede estadual, com o objetivo de preparar o jovem para o mercado de trabalho”, acrescentou Neto.

Saúde

Na saúde, fechando o arco dos três principais problemas do estado, o candidato do União Brasil reforçou a promessa de ‘acabar com a fila da regulação’ e priorizar o atendimento para alguns casos, além da criação inovadora de uma rede de hospitais microrregionais. “O que tenho escutado durante as minhas andanças pelo interior e às vezes até de forma emocionada é: ‘Neto, acaba com a regulação’. E eu tenho dito com muita clareza e quem me conhece sabe que não vou prometer o que não vou entregar depois: ‘não tem hipótese de acabar com a regulação, mas nós podemos acabar, sim, com essa fila maldita que impede os baianos de terem acesso no tempo adequado ao internamento e tratamento médico'”, declarou.

De acordo com o candidato, o ponto de partida é começar a trabalhar com os recursos que já estão prontos e potencializar a força de trabalho e funcionamento dos hospitais regionais. “O caminho é colocar para funcionar, aumentar a produtividade da rede que já existe e depois tratar as várias regiões que temos bolsões, buracos assistenciais, que não têm um hospital regional e que o atendimento acaba sendo realizado aqui em Salvador. Então, vamos tapar esses buracos construindo novos hospitais regionais”, falou o candidato.

“Depois, uma ideia nossa e pioneira, vamos instalar hospitais microrregionais. E como vai funcionar? Vamos chegar em uma cidade que já tenha um hospital e chamar o prefeito para ser parceiro nosso. Vamos melhorar e ampliar o atendimento para que ele deixe de atender só aquela cidade, mas toda uma região, pelo menos de 8 a 10 municípios com mais serviços e com o estado pagando uma parte da conta. Vamos ampliar o serviço com a compra de vagas em hospitais filantrópicos e privados, porque o cidadão não quer saber se a rede é pública ou privada, ele quer saber de ser atendido”, seguiu.

“Em relação a regulação, vamos mudar a gestão. Vamos fazer uma estrutura descentralizada no interior, tecnologia para diminuir o tempo de espera e tirar alguns casos que não podem esperar, como politraumatismo, infarto e AVC, por exemplo. Se a pessoa tiver alguma dessas condições, ela vai ter o internamento imediato porque são situações urgentíssimas que terão uma resposta imediata”, declarou.