A política saiu do terreno eleitoral e passou para esfera pública, diz presidente do PT

Após a pandemia da Covid-19, o foco das discussões no país deixou de ser a política e seus desdobramentos até as eleições e passou a ser a ajuda àquelas pessoas que devem ser mais prejudicadas com a crise causada pela doença. Pelo menos essa é a visão do presidente municipal do PT em Salvador, Ademário Costa.

Em entrevista ao portal M!, o dirigente apontou que o partido, neste momento, está concentrando todos os esforços no debate nacional, principalmente em dois eixos.

“Tem duas questões que são muito importantes: a primeira é a dificuldade que nós estamos passando de não ter, na Presidência da República, uma liderança a altura de dirigir uma coordenação de esforços entre os três entes federativos e de orientação a população para garantir as medidas de restrição, reclusão e prevenção a essa situação sanitária. A segunda questão são as medidas sociais que precisam ser adotadas. O PT levantou a bandeira do salário quarentena, do seguro quarentena; e do fim do desemprego. Uma delas está sendo encampada, por exemplo, pelo senador Jaques Wagner e as medidas estão no centro da operação política do PT nesse momento, junto com os partidos de oposição”, analisou Ademário Costa.

Ele reforçou que a legenda, neste momento, não tem outro compromisso mais importante, a não ser o de ajudar a cuidar das pessoas. Ademário Costa salientou que isso não atrapalha o processo de escolha do candidato da sigla à Prefeitura de Salvador. 

“A gente não se sente atrapalhado no processo [de escolha], porque  compreende que o maior prejuízo que podia ter, para o PT, e para o país, seria uma incapacidade ou a falta de medidas que ajudassem a população e àqueles que mais precisam. O que vai ficar para a sociedade, depois, foi como os partidos políticos se comportaram como instituições da democracia nesse momento em que as pessoas estão precisando de ajuda. A política saiu do terreno eleitoral e entrou no terreno da política pública”, afirmou.

Encontros virtuais

Diante da impossibilidade de encontros presenciais acima de 50 pessoas, conforme decretos já publicados por diversos governos estaduais pelo país, os diretórios municipais do PT de Salvador, São Paulo e Porto Alegre ofeceram um conjunto de propostas, à direção nacional, para readequar os encontros e os métodos de escolha a nova realidade imposta pela Covid-19. Conforme o estatuto do partido, para a realização de um encontro municipal é necessário um quórum de, no mínimo, 235 pessoas. 

“Estamos propondo realização de debates virtuais, com todos os pré-candidatos, e também com os temas que dizem respeito a pauta do encontro municipal. Estamos também propondo votação online para que as pessoas não precisem se expor e entrem em contato”, comentou Ademário Costa.

Segundo o dirigente, logo após processo de filiações, que acaba no próximo sábado (4), está marcada, para o dia 10 de abril, uma nova reunião com diretório nacional da sigla. 

“Vamos esperar com tranquilidade e aguardar essa sustentação para que o partido nacionalmente possa ter essa calma. Nós sabemos que ter essa responsabilidade que está na mão da nossa direção nacional não é pouca”, afirmou o presidente municipal do PT na capital baiana.

Mesmo assim, ainda que não quisesse arriscar um palpite, ele disse que o partido deve aumentar o número de vereadores na Câmara Municipal de Salvador. Atualmente, essa quantidade é de três: Marta Rodrigues, Moisés Rocha e Suíca. “Vamos aumentar a bancada. Mas ainda é precipitado arriscar uma quantidade”, finalizou Ademário Costa.